segunda-feira, 22 de março de 2021

Majestade, Miguel Torga

Passa um rei — é o Poeta.

Não pela força de mandar,

Mas pela graça mágica e secreta

De imaginar.


O ceptro, a pena — a lançadeira cega

Do seu tear de versos.

O manto, a pele — arminho onde se pega

A lama dos caminhos mais diversos.


Um grande soberano

No seu triste destino

De ser um monstro humano

Por direito divino.

                           In Antologia Poética, Miguel Torga (pág.93)


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