quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A PÁGINAS TANTAS

“No tempo em que eu ainda trepava às árvores …”. Com esta frase inicial, Patrick Süskind revela que o narrador da história é apenas um rapazinho que, dotado de um caráter muito reservado, mas aventureiro, nos vai falar sobre um singular habitante da sua aldeia, o senhor Sommer. “Vivia (…) nem a dois quilómetros da nossa casa (…). Ninguém sabia qual era o nome de baptismo do senhor Sommer, se era Pedro ou Paulo ou Henrique ou Francisco Xavier, ou se era doutor ou professor Sommer, ou professor doutor Sommer (…) .” Ele e a sua mulher haviam chegado, um dia, de autocarro e não se conheciam quaisquer filhos ou outros familiares. Contudo, este homem misterioso era conhecido de toda a gente. E porquê? Pura e simplesmente porque passava quase todas as horas da sua existência a percorrer a pé toda a região, munido do seu cajado e da sua mochila, quer estivesse sol, chuva, ou até um temporal. Carolina Kückelmann é a jovem personagem feminina dos sonhos do narrador, que o fascina e, do lado oposto, existe a personagem da Senhora Funkel, uma odiosa professora de piano. O senhor Sommer, não existindo na vida de ninguém, existe na vida de toda a gente, pela simples passagem, mas sem nunca estabelecer qualquer tipo de contato. Com belíssimas imagens de Sempé, esta é a história de muitas vidas que, de tão solitárias, nem pertencem ao mundo da verdadeira existência. É um assunto é para refletir. A história do senhor Sommer, um livro para todas as idades, com apenas 102 páginas, uma boa leitura para o seu fim de semana.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A PÁGINAS TANTAS

A herpetofauna do parque natural da Serra da Estrela. Não estranhe. Este é mesmo o título do livro que hoje divulgamos! É verdadeiramente bizarro. Sabe qual é o assunto? “Serpentes, lagartos, rãs e sapos…” Ba, que horror! Dizem os autores que “estes estranhos e discretos animais não são compreendidos da mesma maneira por toda a gente. A grande maioria arrepia-se só de pensar neles, à simples apresentação das suas imagens. No entanto, uma criança não vê nada de repugnante ou de ameaçador num sapo ou numa serpente que, espontaneamente, agarraria se não a repreendessem…” O que é certo é que, através deste livro, que contém magníficas fotografias, temos oportunidade de considerar estes animais de forma diferente. Os autores afirmam que quiseram “associar os anfíbios e os répteis aos meios naturais que frequentam e dos quais são inseparáveis”, além do que consideram que é necessário protege-los, o que não será possível, claro, se não preservarmos o seu habitat. Segundo os autores, “os anfíbios e os répteis são uma parte importante do património natural da serra da Estrela onde ocorrem 35 das 46 espécies recenseadas em Portugal Continental. Eles contribuem, significativamente, para a enorme riqueza e diversidade desta área natural.” Pois bem, a primeira parte da obra refere-se ao parque natural da serra da Estrela, caracterizando-o, abarcando a sua geologia, o clima, as zonas fotossociológicas e paisagísticas, problemas e perspectivas. Só na 2ª parte é que o tema, propriamente dito, é abordado e de forma mesmo muito interessante. Atreva-se e consulte esta magnífica obra na biblioteca da Escola João Franco. Aproveite, depois, para dar um passeio à Serra da Estrela e procurar, sem medo, algumas das espécies mencionadas no livro.

Revolução, Sophia de Mello Breyner Andresen

Revolução Como casa limpa Como chão varrido Como porta aberta Como puro início Como tempo novo Sem mancha nem vício Como a voz do mar Interi...