sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

O Museu como Escola ou a Escola vai ao Museu

 É um hábito que vem de longe, de muito longe mesmo, a colaboração ativa e frequente entre o Agrupamento de Escolas do Fundão e o Museu Arqueológico Municipal do Fundão. O Museu vem a qualquer uma das escolas do Agrupamento, sempre que é necessário, e as escolas vão ao Museu sempre que precisam de enriquecer qualquer aspeto das disciplinas que envolvem a atividade museológica. Até já podíamos fazer um filme com as atividades que se têm desenvolvido, desde a participação dos alunos nas escavações arqueológicas, à produção de fogo como na Pré-História, passando pela poesia de Fernando Pessoa ou pela visita guiada ao Fundão do tempo das revoluções liberais.
Esta tradição voltou a acontecer na passada terça-feira: para consolidar conteúdos sobre a romanização, o Museu foi a Escola dos alunos de História A. Agradecemos aos nossos amigos Joana Bizarro e Pedro Mendonça a visita guiada, e à Professora Ana Brioso que inspirou a atividade em articulação connosco. Fica o filme dos acontecimentos e o registo escrito dos alunos sobre a atividade:

A Visita de estudo ao Museu arqueológico José Monteiro no dia 6 de dezembro, no âmbito da disciplina de História A,  foi guiada por dois técnicos do Museu Arqueológico, a  arqueóloga Dra. Joana Bizarro (na turma LH2)  e pelo  Engenheiro Pedro Mendonça (na turma LH1).  Começou com a apresentação detalhada do Menir e da Estela que se expõem à entrada do Museu. Foi feita uma introdução ao papel do Museu como um espaço de cultura e de construção da nossa memória coletiva, através da exposição e preservação dos vestígios encontrados nosso concelho, desde o período Paleolítico ao período Romano. Ao longo da visita pelas diversas salas foi possível selecionar algumas peças para uma análise mais profunda, sendo possível aos alunos   seguir a sua  trajetória desde o local onde foram encontrados até se tornarem peça do Museu, um espaço privilegiado de produção de conhecimento. De acordo com o plano da visita, foi dada enfase especial ao acervo do Período Romano, no que diz respeito ao povoamento, quotidiano e epigrafia, permitindo analisar a relevância do legado político e cultural clássico para a civilização ocidental, nomeadamente a nível da administração, da língua, do Direito, do urbanismo e  da arte.  A opinião dos alunos foi muito favorável, manifestando muito interesse ao longo da mesma.

[Prof. Ana Brioso]

Além de já ter ido inúmeras vezes ao museu, foi apenas desta vez que consegui reparar em vários pormenores que até aqui ainda não tinha reparado, como as gravuras no Menir e na Estela que vemos logo à entrada do Museu, onde gravaram objetos do quotidiano, como espelhos, armaduras, espadas. Na parte do paleolítico (pré história), adorei saber que há no concelho do fundão gravuras que só se podem ver numa certa altura do ano (verão), e que estão tão perto de nós e nunca tivemos a curiosidade de visitar esse local. Surpreendeu-me também a estátua presente na sala da época romana, que representa a intensa atividade agrícola nesta região, principalmente a nível vinícola,  estátua esta é hoje em dia o logotipo e a imagem de marca da Adega Cooperativa do Fundão. Também achei interessante o facto de na minha aldeia (Fatela) haver vestígios do Império Romano, como uma lucerna encontrada nas Chafurdas, que serve para iluminação. Com a visita ao museu, fiquei com a impressão que já se descobriu tanto sobre a romanização na nossa região, mas ainda falta descobrir mais, era preciso realizar-se mais escavações no concelho para se encontrar mais vestígios da presença dos romanos nesta zona, embora essa já seja comprovada pelo que já se descobriu, nomeadamente, nas quintas do Ervedal (Castelo Novo), Capinha, Fatela, Alcongosta, Quintas da Torre, Pêro Viseu e tantas outras terras que ainda não foram exploradas e deviam ser.

[Nuno Fians, 10LH2]

O Império Romano claramente deixou, lenta mas eficazmente, as suas marcas na nossa região rural e afastada dos circuitos comerciais do litoral. A integração da área a sul do Tejo não foi demorada, mas a conquista da zona entre Tejo e Douro já o foi, sobretudo devido à resistência dos Lusitanos, por isso os romanos tiveram de ser pacientes, persistentes, determinados e, de certa maneira, tolerantes na sua conquista. Trouxeram a língua, a arte, o direito e a religião, desenvolveram a nossa economia e criaram uma nova organização político-administrativa, assim como também renovaram as cidades já existentes e criaram novas (urbanismo). 

[Luna Gamanho, 10LH2]

Achei interessante a maneira como o guia do museu explicou a história envolvida em cada um dos artefactos que mostrou, e também de vermos de tão perto cada artefacto como as pontas de lança, as primeiras cestas e os primeiros indícios da cerâmica.

[João Oliveira,10LH1]

Um dos aspetos de que eu mais gostei na visita ao museu foi a forma de comunicação dos guias e a forma como eles explicavam e interagiam connosco. Também gostei muito da forma  como o museu está dividido por épocas e cronologicamente. Por fim, o aspeto que mais me interessou foi o programa de escavações arqueológicas que o museu vai retomar na Quinta do Ervedal no qual cada um de nós pode ser voluntário e participar.

[Miguel Correia, 10LH1]

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