quinta-feira, 29 de abril de 2021

"Um Dia na Idade Média", Margarida Pais - 7ºA

       Numa manhã primaveril da idade média, acordei logo com os primeiros raios de sol.

Imediatamente a minha mãe chamou-me dizendo que já era tarde e que tinha de ir à horta recolher alguns vegetais, sim porque vivemos numa economia de subsistência e temos que viver do que produzimos. O meu pai já tinha saído da nossa pequena casa para ir trabalhar nas terras da reserva do senhor e os meus irmãos também tinham ido com ele, tal como a maioria dos homens do povo. Gratuitamente, iam prestar as corveias ou jeiras, alguns dias por semana a limpar os caminhos, lavrar as terras, fazer as sementeiras ou as ceifas, conforme a época do ano. Eu, sendo a única filha, tinha que ajudar a minha mãe com a casa e com a alimentação. Depois de fazer alguma comida fui à reserva do senhor, juntamente com a minha mãe. Levámos uma saca de trigo, que tínhamos ceifado e malhado no mansus. Era hora de ir moer o grão para fazer farinha, que a minha mãe utilizava para fazer o pão. Não pudemos trazer a farinha toda, pois o moinho pertencia ao senhor e tínhamos que deixar parte dela para pagar a utilização do moinho.

Eu também ia trabalhar gratuitamente na casa do Senhor, basicamente nas lides domésticas. Gostava de ouvir as suas conversas quando falavam das oficinas que havia nos mosteiros, onde os monges faziam livros a partir de peles de animais, os pergaminhos. Tive oportunidade de ver alguns raros livros na casa do senhor, ilustrados com bonitas iluminuras. Gostaria de aprender a ler, mas na Idade Média apenas os elementos do clero sabiam ler e o povo tinha que trabalhar para alimentar toda a sociedade.

A noite caiu fria e com o soar de alguns barulhos, e logo o Senhor e o seu exército ficaram de vigia. Eram os povos que vinham do norte que estavam a atacar, então, o senhor alertou a população, fazendo com que todos se protegessem na área do castelo, pois era a contribuição do senhor para com o povo, já que este tinha de lhe pagar impostos, dar uma grande parte da sua produção e trabalhar gratuitamente.    

A minha família e toda a população ficou muito grata ao senhor por os ter protegido das razias dos invasores, sendo muito respeitado pelas gentes do povo, continuando por muitos anos a deter o poder militar, a aplicar a justiça e a cobrar impostos.

                                                                                                       [Margarida Pais,  7ºA]

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