sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Final criativo de «O Cavaleiro da Dinamarca» de Sophia de Mello Breyner Andresen

A pedido da professora Rosa Antunes, os alunos de Português de 7º ano imaginaram o diálogo entre o Cavaleiro da Dinamarca e a família, quando ele chega a casa na noite de Natal, recriando, assim, de forma muito criativa, o final da história do livro O Cavaleiro da Dinamarca de Sophia de Mello Breyner Andresen. Partilhamos um dos textos.

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Alguém bateu à porta.

- Filho, vai abrir a porta – pediu a mãe.

- Será que é o pai? – interrogou alegremente o filho mais velho.

- Espero que sim, estou cheio de saudades – acrescentou o irmão ainda com a boca cheia de pebernødder (biscoito tradicional da Dinamarca).

Assim que abriram a porta, disse o Cavaleiro com um ar muito cansado:

- Feliz Natal! Como prometido, aqui estou eu. Não trouxe prendas para ninguém, mas tenho muitas histórias para contar.

- Feliz Natal, querido! Pensámos que não irias voltar – diz a esposa com os olhos cheios de lágrimas.

- Conta, conta, pai… - insistia o filho mais novo, enquanto a mãe falava.

- Deixa o pai descansar e aquecer-se à lareira, enquanto preparamos a mesa para a ceia de Natal. Durante a ceia, o pai conta as suas aventuras.

- Feliz Natal, senhor! A cozinheira já fez o jantar e eu poli e encerei todas as superfícies como o senhor gosta para este Natal ser perfeito – disse a criada mais antiga com saudades.

Sentaram-se todos à mesa. O Cavaleiro ocupou o lugar principal à mesa.

- Vamos rezar – disse o Cavaleiro – e agradecer por Deus nos ter reunido novamente nesta noite de Natal e pela ceia que temos na nossa mesa.

- Avé Maria … - rezavam todos em coro.

- Podemos começar a jantar? – perguntou o filho mais novo, esfomeado.

- Pai, conta-nos as tuas histórias e por onde andaste! – pediu o filho mais velho.

- A viagem foi longa. Conheci um Mercador que me convidou para conhecer Veneza, uma cidade muito bonita, e lá conheci a história de amor de Vanina e Guidobaldo, os dois apaixonados que fugiram por amor.

- Depois, foste para onde? – perguntou o filho, ansioso.

- Parti para Florença e durante a ceia, na casa do banqueiro Averardo, ouvi duas histórias maravilhosas: a história de Giotto, o pintor, e de Dante e Beatriz.

- Quem é Dante, pai? – perguntou o filho mais velho.

- Foi o poeta que, vivo, experimentou o que nós só conheceremos, quando estivermos mortos - explicou o Cavaleiro.

- Mais, mais, mais … - insistia o filho mais novo.

- Calma, o pai já conta – dizia a mãe, acalmando o filho.

- A pior parte da viagem foi antes de chegar a Génova, pois adoeci. Mas encontrei uns frades bondosos que me trataram. Quando fiquei bom, parti para Génova. Mas quando lá cheguei perdi o barco e fui de cavalo até Flandres. Na casa de um negociante flamengo, um capitão contou-me a história de Pêro Dias, um marinheiro português.

- Foi uma aventura – disseram os filhos.

- Estou cansado, vamos dormir e amanhã conto mais. 

                                                                      [Beatriz Castro Fradique, 7ºA]

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