quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O céu não lhes responde

A professora de História e elemento da equipa da Biblioteca, Ana Brioso, passou por aqui e contou-nos que levou os alunos de Humanidades ao teatro para assistirem à peça "O céu não lhes responde", pelo grupo de teatro Este - Estação Teatral. Algumas alunas escreveram algumas reflexões sobre o que viram que aqui deixamos aos nossos leitores.

«No dia 24 de outubro a turma LH1 e outras turmas da escola foram convidadas a assistir a uma peça de teatro no auditório da Moagem pela equipa da “Este-Estação Teatral”. Tinha como título “O céu não lhes responde” e tratava de dois importantes temas da atualidade. Um dos temas tinha como inspiração os direitos das mulheres, em países como por exemplo o Paquistão e o outro, retratava os devastadores desastres naturais que acontecem no Bangladesh, devido às alterações climáticas. Saeed e Narine, são os personagens principais deste teatro e são dois refugiados de países distintos, que apenas têm como objetivo encontrarem um local onde consigam ter melhores condições de vida.
Trata-se de uma peça bastante interessante pois trata de questões que estão realmente a acontecer no mundo, às quais muitas pessoas parecem mostrar indiferença, pois esses problemas “não estão a acontecer no nosso país”.
Em Portugal, nomeadamente no Fundão, há cada vez mais pessoas de países e culturas diferentes. Este teatro demonstra que, apesar de todas as diferenças, devemos respeitar e acolher essas pessoas, cuja dura realidade nós desconhecemos.
Considero que esta peça de teatro foi bastante educativa para mim, pelo que deverá ser apresentado a outros jovens para os sensibilizar e informar sobre estas questões.»

[Joana Mendes,  10º LH1]

«Esta peça foi deveras interessante, pois levou-nos a concluir como funciona a vida em países com regimes ditatoriais, através da representação de apenas dois fabulosos atores, Joana Poejo e Samuel Querido, que conseguirem agarrar tão bem o seu papel, ou neste caso, os diversos papéis. A manta, como eles próprios referiram, foi a metáfora desta peça, que foi habilmente usada para diversas circunstâncias e momentos.
Uma das temáticas desta peça, foi a abordagem da vida dura, muito dura, das mulheres, onde não se podem mostrar, têm de andar com o corpo e com o cabelo tapados. O facto de uma mulher casada estar de cabeça descoberta, leva a que seja espancada e até mesmo morta em alguns casos. É também abordada a resistência das mulheres em fortes manifestações, numa vã tentativa de serem ouvidas, mas rapidamente reprimidas. As mulheres, ou até mesmo famílias destes países, muitas das vezes, têm que abandonar tudo e sair à procura de um lugar melhor para viver, com a esperança de um dia regressar.»

[Madalena Infante, 10º LH1]

«Achei a peça muito significativa e com temas bastante abrangentes que infelizmente vêm a acontecer há muitos anos e se mantêm na atualidade. Acho muito importante falarmos destes temas porque de um momento para o outro uma destas realidades pode vir a acontecer no nosso país, como as alterações climáticas, pois tivemos muitas secas este ano e  em várias regiões assistimos à escassez de água. Também acho o assunto dos direitos das mulheres muito importante pois infelizmente atualmente estão a  a ser fortemente ameaçados, como é o exemplo da jovem Masha Amini de 22 anos que morreu por usar incorretamente o hijabe. E estes crimes onde os homens e policias matam mulheres inocentes sem qualquer tipo de punição e sendo ainda considerados heróis, é um pesadelo que ninguém gostaria de viver. Mas devido a isso as mulheres já estão a começar a levantar a voz e a negarem usar o hijabe e até já há crianças a ir à escola sem o mesmo. Mas infelizmente foi preciso a morte de uma mulher injustiçada para estas manifestações se tornarem uma preciosa iniciativa.»

[Mariana Cunha, 10º LH1]

Fonte: Cartaz da peça "O céu não lhes responde",  ESTE - Estação Teatral

 

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