Alunos
do Agrupamento de Escolas do Fundão no
XXVI Congresso Internacional de Antropologia Ibero-Americana
No dia 24 de março de 2022, desafiados pelo Museu Arqueológico do Fundão o AEF participou no XXVI Congresso
Internacional de Antropologia Ibero-Americana, subordinado ao tema – TERRITÓRIOS. MIGRAÇÕES. FRONTEIRAS.
a decorrer entre os dias 22 e 25 de
março no espaço da Moagem. Trata-se de um congresso internacional transatlântico
de elevado interesse académico e científico, com a intervenção de várias investigadores locais, nacionais e
internacionais, tendo sido dada ênfase ao tema das As migrações.
A primeira parte da conferência consistiu
na apresentação de um trabalho intitulado “Agrupamento
de Escolas do Fundão – Uma Escola Aberta ao Mundo” dinamizada pelas nossas
colegas, Alice Alvo, Ana Teixeira, Maria Dixo e Rita Mesquita, alunas das duas
turmas de Línguas e Humanidades de 12º ano. A comunicação resultou de um
trabalho de investigação a partir de dados oficiais em diversas fontes locais
(município e AEF) e também da recolha de
dados de caráter mais pessoal a partir
de entrevistas aos alunos da escola e aos chegados à escola sobre os movimentos
migratórios que atualmente se vêm concentrando no município do Fundão, visto
que somos uma terra de acolhimento que se mostra muito disposta a receber estas
pessoas e inseri-las na comunidade fundanense.
Referiram informações a nível do Município
mas principalmente da nossa Escola, que com 85 alunos imigrantes, se mostrou
sempre disposta desde o início a melhorar e a facilitar a sua inserção no meio
escolar e na nossa comunidade,
investindo principalmente na aprendizagem da língua portuguesa, mas fornecendo
apoios sociais através de vários recursos e
projetos, destacando a “Escola
amiga dos Direitos Humanos”, “Bem Vindos à Escola” e “Projeto Ser Solidário” que propõem atividades que visam
promover o acolhimento e facilitar o processo de inserção dos alunos
recém-chegados à escola, o
que os ajuda a compreender melhor o novo ambiente cultural em que vivem, onde
as suas necessidades são ouvidas, sentindo-se acolhidos em meio desconhecido.
Ver as minhas colegas foi um grande
orgulho pois destacaram-se, de facto, no que diz respeito à elaboração deste trabalho, mas também pela sua ação como alunas
voluntárias em todas as ações solidárias que enumeraram e nas quais também se
inserem, inspirando cada vez mais outros alunos e pessoas da comunidade a
prestar atenção ao que nos rodeia e a agir em prol do outro, incluindo-o e
aceitando-o.
No final da apresentação, a Professora
Maria Beatriz Rocha Trindade, professora catedrática e fundadora do Centro de
Estudos das Migrações e das Relações Interculturais na Universidade Aberta,
também se mostrou sensibilizada pelo trabalho apresentado, subindo ao palco
para enaltecer este trabalho, destacando os projetos de cariz social que se
desenvolvem na nossa escola e toda a ajuda que estes disponibilizam para a
inserção dos alunos em mobilidade.
A conferência prosseguiu
abordando os temas: “A emigração portuguesa contemporânea: entre a “velha
diáspora e as mobilidades globais” por Jorge da Silva Macaísta Malheiros
proveniente do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da
Universidade de Lisboa e “La Hacienda de los Posibles" por Natasha
Prévost, que abordava temas referenciando as alternativas ecológicas, sociais,
culturais e económicas que devem ser adquiridas pelo agravamento das alterações
climáticas, e a necessidade de mudar o rumo e atenção que facultamos a este
tema tão importante mas pouco valorizado.
O último tema da manhã foi
apresentado pela antropóloga-investigadora Natasha Prévost, que nos trouxe um
tema de vasta importância nos dias de hoje: as alterações climáticas, as suas
consequências e a forma como mudam a nossa sociedade a nível global, oferecendo
também soluções concretas através do seu projeto “La Hacienda de los Posibles”
que se situa e se centra no território de Granada em Espanha. Revelou que, por
conta das alterações climáticas se estarem a agravar, mais catástrofes naturais
acontecerão e mais migrações se realizarão e que se a crise climática não for rapidamente
mediada pelos Governos de todo o mundo, dará origem a problemas irreversíveis e
insolúveis: ”Cambiamos o desaparecemos”. Devido a este agravamento, mais
movimentações humanas se verificarão, porém, serão realizadas com mais
dificuldade, uma vez que as tendências de extrema-direita estão cada vez mais
presentes no território europeu, o que dificultará todo este processo e a luta
por uma vida nacional mais ecológica.
Pela primeira vez estive presente
num Congresso Internacional que nos foi facultado pela professora Ana Brioso, contribuindo
para a minha formação pessoal e cultural por todas as informações que adquiri, pelo
que gostaria de frequentá-los
assiduamente um dia.
[Margarida Fernandes, 12 LH]
Achei
bastante interessante a possibilidade de a minha turma ir assistir a um
congresso, ainda por cima de um tema que me interessa bastante, pois
pessoalmente nunca tinha estado num ambiente de um congresso internacional e
assim fiquei mas conhecedor de como funciona este tipo de encontros.
Gostei
bastante da apresentação das colegas pois, fiquei a saber mais como é que a
escola que frequento ajuda a inserir as pessoas que chegam, principalmente o
facto de contratarem profissionais especializados para ajudarem estes alunos,
como por exemplo os professores de português língua não materna, que ajudam
estes novos alunos a cumprirem o seu percurso escolar. Apreciei bastante o
pequeno vídeo que as colegas apresentaram onde fizeram várias perguntas a
várias pessoas que fazem parte da escola sobre opinião sobre as pessoas que
chegam ao Fundão e mais propriamente que vão para a nossa escola e que escolhem
o Fundão para viver e o Agrupamento de Escolas do Fundão para estudar e
deixa-me extremamente orgulhoso saber que estudo numa escola que acolhe e ajuda
este jovens a integra-se na escola, contribuindo bastante o projeto
“bem-vindos” desenvolvido pela Dra Cátia Vinagre, como também, o Projeto Ser
Solidário coordenado pela professora Ana Brioso, ou o Projeto Escola Amiga dos
Direitos Humanos dirigido pela professora Catarina CrocKer. Outro aspeto que me
deixa bastante contente é saber que a minha escola é mesmo muito solidária
envolvendo-se bastante na recolha de bens para ajudar para ajudar quem precisa,
como está a acontecer com o povo Ucraniano.
Outro
aspeto que gostei bastante foi o facto de o congresso contar com a presença da
professora catedrática doutora Maria Beatriz Rocha Trindade, pois
particularmente para mim e para os meus colegas de Sociologia é uma pessoa que
conhecemos, uma vez que no trabalho que apresentámos na aula falámos sobra ela
chegando consultar obras dela e até a inserir um pequeno excerto da sua
entrevista recentemente publicado no Jornal do Fundão
[João
Gonçalves, 12 LH]