É verdade que fomos inundados com pedidos de publicação de textos, desenhos e imagens para publicar no dia de São Valentim, para além do corrupio de trocas de mensagens que aconteceu, durante todo o dia, na escola e nos telemóveis.
Mas a verdade é que o amor e a amizade não se esgotam apenas em 24 horas e devem ser comemorados todos os dias, especialmente na relação que mantemos com os outros. Por isso, deixamos o magnífico trabalho da Beatriz Fradique, do 8º A, para publicar no dia de hoje.
A Beatriz, para celebrar este dia, conseguiu juntar a escrita, a leitura em voz alta e o desenho, num belíssimo texto, num registo áudio e num desenho que ilustra o texto escrito.
Que mais se pode desejar numa Biblioteca quando se têm alunos como a Beatriz? Leiam-na e ouçam-na aqui!👇
É amor?
Julião estava deitado e mais pensativo do que o habitual. Então, entrou em cena o amigo do coitado:
- No que é que o Julião não para de pensar!? – perguntava-se ele – Pois, isso só ele é que sabe, mas tentarei ajudá-lo. Julião, meu amigo, porque estás tão pensativo?
- O que será este aperto que sinto no meu peito? – queixou-se o Julião.
- Ó Julião, isso só podem ser duas coisas: ou estás com prisão de ventre ou estás apaixonado!
- Apaixonado? Eu? Nunca! – barafustou o Julião.
- Não estás com prisão de ventre, pois não?
- Não me parece… - disse ele.
- Então, estás apaixonado! – concluiu o amigo – sabia que este dia ia chegar e que eu poderia ser o teu Cupido.
- Tens razão, talvez eu tenha deixado o amor invadir o meu corpo, pois ontem estive muito perto de um casal aos beijinhos. Talvez, tenha ficado contagiado.
- Não, seu tonto, o amor não funciona assim, tem que existir alguém que tu queiras mais que tudo neste mundo – explicou o amigo.
- Hum, não sei! Quando fico perto da Joana, eu lembro-me que tenho um coração, porque ele começa a bater mais rápido. Mas acho que ela não sente isso quando me vê! Talvez se a convidar para uma corrida, ela sinta o coração a bater mais rápido também.
- Mas ele não baterá mais forte pela tua presença, Julião! Mas poderás ir visitá-la a casa apenas em cuecas e se ela não fugir de ti, vais saber que ela te ama.
- Isso não vai acontecer! – recusou o Julião.
- Pois … é melhor não! Então, só te resta uma solução…
- Não me digas que vais usar a … - disse o Julião.
- Sim, teremos que usar a receita do amor, mas primeiro precisamos de ingredientes.
- Quais são? – perguntou o Julião.
- Ovos, farinha, leite, açúcar, fermento e chocolate em pó. Depois de tudo misturado, levamos ao forno e a receita estará pronta.
- Isso parece ser um bolo de chocolate normal! Como isso fará a Joana gostar de mim? – duvidou o Julião.
- Ah! Esta receita é a de um simples bolo de chocolate. Tu terás que contar à Joana que gostas dela de qualquer das formas. O bolo é só para, se ela te rejeitar, o poderes comer enquanto choras!
- Achas que ela me vai rejeitar?! – surpreendeu-se o Julião.
- Pois… não sei! Só depois de perguntares é que sabes! Mas se ela não te aceitar, tens sempre o bolo. O chocolate ajuda.
- Acho que não vou arriscar… - hesitou o Julião – vou ficar-me apenas pelo bolo.
- A sério! Assim, se não arriscares, nunca vais namorar nem encontrar o verdadeiro amor, nem nunca saberás se ela sente o mesmo que tu. A verdade é que na vida, quando queremos uma coisa que é importante para nós, devemos arriscar.
O Julião arriscou e a Joana rejeitou-o, mas não ficou sozinho, tinha o bolo e o seu querido amigo.
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