Certo dia estava à procura de um livro no meu quarto, mas como não o encontrei fui ao sótão procurar. Depois de muito remexer encontrei o que procurava - o livro, na sua caixa houve algo que me despertou a atenção, era uma chave dourada com um aspeto muito diferente.
Fui à Internet pesquisar o que poderia ser e
lá encontrei um artigo sobre a mesma “a chave da vida”, era um símbolo de vida
eterna muito usado no antigo Egito. Ao apontar a chave para um espelho ouvi um
estrondo, apareceu um portal mágico! Eu não queria acreditar no que estava a
acontecer, mas entrei nele sem pensar duas vezes. Cheguei até um corredor que
parecia não ter fim, estava cheio de portas com nomes de civilizações antigas,
obviamente eu entrei na que dizia: Antigo Egito e assim começou a minha
aventura……
Ao
atravessar aquela porta deparei-me com uma inédita diferenciação social. De um
lado, via alguns escravos a fazerem trabalhos duros como o de transportarem
enormes blocos de pedra às costas, sempre vigiados por um escriba. Do outro,
víamos uma célebre cerimónia em honra de Faraó prestes a começar. Segui por uma
rua estreitinha onde conheci Hanbal, um artesão muito importante naquela zona,
fabricava todo o tipo de peças de vestuário para o Faraó e sua família. Hanbal
foi como um guia nesta minha aventura, ele mostrou-me a sua casa e ainda me deu
algo para me alimentar no caminho.
Primeiro,
fomos até as margens do rio Nilo, conhecer uma família de comerciantes que nos
falou sobre a importância dele para os Egípcios. Também demos um passeio de barco
e por lá encontrámos um camponês que cuidava das suas plantações de trigo e
cevada nas margens do rio. Ele falou-nos das cheias que ocorriam entre junho e
outubro, que depois de passarem deixavam as terras férteis, que ajudavam na
agricultura e ainda da adoração ao rio, também apelidado por “Deus Api”, pois
era muito importante para o povo.
Seguidamente fomos a uma das mais importantes paragens do Egito, os aposentos do Faraó Khafra, conhecer um pouco mais da sua cultura. Ao entrar observei que era um palácio vistoso, cheio de pedrarias e esculturas. Havia também alguns guardas que nos deixaram passar, pois Hanbal visitava muitas vezes o Faraó. As paredes eram pintadas e decoradas com símbolos egípcios. Hanbal explicou-me que no Egito a religião é muito importante e que muita gente passa uma boa parte da sua vida a preparar a morte….
Depois chegou a hora de conhecer Khafra, houve
um impacto muito grande pois ele (assim como os outros) nunca tinha visto uma
pessoa como eu. Ele apresentou-me a sua mulher Astarte, e os seus dois filhos,
Astennu e Chibale.
Ainda deu tempo para um belo banquete, onde se
falou da cultura dos faraós. Fiquei espantada ao saber que até uma barba postiça
tinha ele de levar para as cerimónias. Mas a parte que mais me interessou foi
sem dúvida, a parte de ser Khafra quem tinha o máximo poder. Era ele que fazia
e impunha as leis, declarava a paz e a guerra, administrava a justiça e ainda
comandava o exército. E para além disso, era considerado um deus na terra,
ninguém lhe podia desobedecer, pois seria o mesmo que desobedecer aos deuses
(muito apreciados e importantes no Egito). De seguida, partimos para a visita a
um mercado Egípcio, onde pude observar todo o tipo de peças de vestuário,
artesanato e também produtos agrícolas, que sobravam das plantações e eram
vendidos neste tipo de “mercados”. Avançando um pouco mais, observamos a
construção de uma pirâmide que servia para enterrar os mortos mais importantes
da sociedade egípcia (Faraó e a sua família) prestando-lhes assim um culto.
Já
estava a anoitecer e no caminho para casa de Hanbal , encontramos Jady um
escriba que se dedicava principalmente a escrita de livros (a partir da escrita
egípcia), e a cobrar impostos a todos
aqueles que trabalhavam e vendiam os seus produtos. Chegamos a casa, já muito
cansados, Hanbal ofereceu-me dormida e eu aceitei, pois na verdade não tinha
lugar onde ficar, mas antes de irmos dormir ainda conversamos sobre a
mumificação, como era feita, quanto tempo demorava….
Eu
não fazia a menor ideia de que os caixões se chamavam sarcófagos e que havia
tanto para falar sobre a mumificação no Egito. Já era tarde por isso fomos
deitar-nos.
No dia seguinte, acordei com um raio de sol a romper pela janela. Esse mesmo raio fez a “chave da vida” reluzir, e o portal voltou a abrir-se e um temporizador apareceu, como por magia, eu tinha apenas 30 minutos para que as “24 HORAS NO EGITO” terminassem….
Rapidamente
me levantei, pois tinha medo de que o tempo não chegasse para me despedir de
Hanbal, e principalmente que o portal fechasse. Então chamei-o ao quarto para
me despedir, o tempo estava a terminar e por incrível que pareça já não queria
sair dali. Gostei tanto do Egito e da sua cultura … Mas por outro lado ia
sentir saudades da família e dos amigos. Por isso ganhei coragem e finalmente
me despedi, apesar de só conhecer Hanbal há um dia queria ser amiga dele e visitá-lo
mais vezes.
E
assim foi, como ele também tinha uma “chave da vida” podíamos visitar-nos
quando quiséssemos. Eu entrei no portal, e em menos de um segundo estava no sótão
outra vez. Guardei a chave numa caixa no meu quarto e pus-me a pensar na grande
aventura que tinha vivido. E ainda encontrei dentro do bolso das calças a barra
de cevada que Hanbal me dera!
[Diana Coutinho, 7A]
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