sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Um dia no antigo Egito - Diana Coutinho, 7ºA

Certo dia estava à procura de um livro no meu quarto, mas como não o encontrei fui ao sótão procurar. Depois de muito remexer encontrei o que procurava - o livro, na sua caixa houve algo que me despertou a atenção, era uma chave dourada com um aspeto muito diferente.

Fui à Internet pesquisar o que poderia ser e lá encontrei um artigo sobre a mesma “a chave da vida”, era um símbolo de vida eterna muito usado no antigo Egito. Ao apontar a chave para um espelho ouvi um estrondo, apareceu um portal mágico! Eu não queria acreditar no que estava a acontecer, mas entrei nele sem pensar duas vezes. Cheguei até um corredor que parecia não ter fim, estava cheio de portas com nomes de civilizações antigas, obviamente eu entrei na que dizia: Antigo Egito e assim começou a minha aventura……

Ao atravessar aquela porta deparei-me com uma inédita diferenciação social. De um lado, via alguns escravos a fazerem trabalhos duros como o de transportarem enormes blocos de pedra às costas, sempre vigiados por um escriba. Do outro, víamos uma célebre cerimónia em honra de Faraó prestes a começar. Segui por uma rua estreitinha onde conheci Hanbal, um artesão muito importante naquela zona, fabricava todo o tipo de peças de vestuário para o Faraó e sua família. Hanbal foi como um guia nesta minha aventura, ele mostrou-me a sua casa e ainda me deu algo para me alimentar no caminho.

Primeiro, fomos até as margens do rio Nilo, conhecer uma família de comerciantes que nos falou sobre a importância dele para os Egípcios. Também demos um passeio de barco e por lá encontrámos um camponês que cuidava das suas plantações de trigo e cevada nas margens do rio. Ele falou-nos das cheias que ocorriam entre junho e outubro, que depois de passarem deixavam as terras férteis, que ajudavam na agricultura e ainda da adoração ao rio, também apelidado por “Deus Api”, pois era muito importante para o povo.

Seguidamente fomos a uma das mais importantes paragens do Egito, os aposentos do Faraó Khafra, conhecer um pouco mais da sua cultura. Ao entrar observei que era um palácio vistoso, cheio de pedrarias e esculturas. Havia também alguns guardas que nos deixaram passar, pois Hanbal visitava muitas vezes o Faraó. As paredes eram pintadas e decoradas com símbolos egípcios. Hanbal explicou-me que no Egito a religião é muito importante e que muita gente passa uma boa parte da sua vida a preparar a morte….

 Depois chegou a hora de conhecer Khafra, houve um impacto muito grande pois ele (assim como os outros) nunca tinha visto uma pessoa como eu. Ele apresentou-me a sua mulher Astarte, e os seus dois filhos, Astennu e Chibale.

 Ainda deu tempo para um belo banquete, onde se falou da cultura dos faraós. Fiquei   espantada ao saber que até uma barba postiça tinha ele de levar para as cerimónias. Mas a parte que mais me interessou foi sem dúvida, a parte de ser Khafra quem tinha o máximo poder. Era ele que fazia e impunha as leis, declarava a paz e a guerra, administrava a justiça e ainda comandava o exército. E para além disso, era considerado um deus na terra, ninguém lhe podia desobedecer, pois seria o mesmo que desobedecer aos deuses (muito apreciados e importantes no Egito). De seguida, partimos para a visita a um mercado Egípcio, onde pude observar todo o tipo de peças de vestuário, artesanato e também produtos agrícolas, que sobravam das plantações e eram vendidos neste tipo de “mercados”. Avançando um pouco mais, observamos a construção de uma pirâmide que servia para enterrar os mortos mais importantes da sociedade egípcia (Faraó e a sua família) prestando-lhes assim um culto.

Já estava a anoitecer e no caminho para casa de Hanbal , encontramos Jady um escriba que se dedicava principalmente a escrita de livros (a partir da escrita egípcia), e  a cobrar impostos a todos aqueles que trabalhavam e vendiam os seus produtos. Chegamos a casa, já muito cansados, Hanbal ofereceu-me dormida e eu aceitei, pois na verdade não tinha lugar onde ficar, mas antes de irmos dormir ainda conversamos sobre a mumificação, como era feita, quanto tempo demorava….

Eu não fazia a menor ideia de que os caixões se chamavam sarcófagos e que havia tanto para falar sobre a mumificação no Egito. Já era tarde por isso fomos deitar-nos.

No dia seguinte, acordei com um raio de sol a romper pela janela. Esse mesmo raio fez a “chave da vida” reluzir, e o portal voltou a abrir-se e um temporizador apareceu, como por magia, eu tinha apenas 30 minutos para que as “24 HORAS NO EGITO” terminassem….

Rapidamente me levantei, pois tinha medo de que o tempo não chegasse para me despedir de Hanbal, e principalmente que o portal fechasse. Então chamei-o ao quarto para me despedir, o tempo estava a terminar e por incrível que pareça já não queria sair dali. Gostei tanto do Egito e da sua cultura … Mas por outro lado ia sentir saudades da família e dos amigos. Por isso ganhei coragem e finalmente me despedi, apesar de só conhecer Hanbal há um dia queria ser amiga dele e visitá-lo mais vezes.

E assim foi, como ele também tinha uma “chave da vida” podíamos visitar-nos quando quiséssemos. Eu entrei no portal, e em menos de um segundo estava no sótão outra vez. Guardei a chave numa caixa no meu quarto e pus-me a pensar na grande aventura que tinha vivido. E ainda encontrei dentro do bolso das calças a barra de cevada que Hanbal me dera!

                                                                                                             [Diana Coutinho, 7A]

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