quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Nunca, mas nunca esquecer

 Ainda a propósito da conferência "Nunca Esquecer - Em Memória do Holocausto" a que alguns alunos assistiram no passado dia 29 de outubro, a Mafalda Adão, do 11CSELH escreveu o seguinte texto:

        UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE RELEMBRAR O HOLOCAUSTO E O PASSADO DO MUNDO

Entre 1941 e 8 de maio de 1945, ocorreu no mundo, com principal foco na Europa, um período designado como o Holocausto que ficaria relembrado na história como Shoá, que em hebraico significa “a catástrofe”. Foram apenas necessários menos de cinco anos para que seis milhões de judeus desaparecessem da face da Terra juntamente com outras minorias, como ciganos, deficientes físicos e mentais e homossexuais, e opositores políticos ao Regime Nazi instaurado por Adolf Hitler, líder do Partido Nazista, na Alemanha.

Atualmente, quando somos perguntados sobre o século XX, a primeira coisa que vem às nossas mentes é o genocídio de mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens judeus. Foram estas as pessoas que contra a sua vontade foram colocadas em Campos de Concentração, onde eram submetidos a trabalho escravo até morrerem de fome ou de doença. Muitos outros também foram fuzilados ou transportados para campos de extermínio para virem a falecer em Câmaras de gás.

Apesar de todos os factos históricos, evidências e testemunhos sobre estes acontecimentos, porque é que ainda existem pessoas que negam estes factos? Será que apesar de sabermos a veracidade dos acontecimentos devemos apenas esquecer da sua existência? Esquecer este passado que deixou uma cicatriz profunda na Europa e no mundo?

Em resposta a estas perguntas a União Europeia em 2007, criou a lei que pune com prisão quem negar o Holocausto e a ONU declarou em 2005, o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, por ser o dia em que os prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz foram libertados.

No entanto, apesar de estar medidas serem tomadas parece que a maioria dos jovens não sabem ou que não se interessam pelo que realmente aconteceu durante o período do Regime Nazi. E porque é que isto acontece? A verdade é que a mentalidade das pessoas jovens é “não sou responsável pelos acontecimentos dos meus antepassados e por isso eles não são importantes para mim”. Na minha opinião, em parte concordo com esta mentalidade, pois não devemos ser julgados segundo ações que não foram tomadas pela nossa própria pessoa, mas ao mesmo tempo não devemos esquecer os acontecimentos passados.

Recentemente, a intolerância e os crimes xenofóbicos, homofóbicos, entre outros, parecem ter aumentado. Então, como é que será que podemos combater o aumento destes comportamentos preocupantes na sociedade? A resposta não podia ser mais óbvia, olhar para o passado e refletir em como poderemos ser afetados se as mesmas ações forem repetidas. Pois querendo ou não, são os fatores do passado que moldam o presente e o futuro, e somos nós que ao presenciar as consequências sofridas ao longo da história do mundo, que temos o poder para parar para refletir e mudar o que poderá se tornar um futuro trágico. Temos como exemplo, a criação dos Direitos Humanos, que viriam a ser criados após o fim da Segunda Guerra Mundial para promover a paz e prevenir futuras guerras. Mas apesar de as duas guerras mundiais serem o principal fator para a sua criação, não foram só elas que contribuíram. A colonização, escravização, racismo, antigas guerras, etc., foram fatores igualmente importantes.

Eu como jovem cidadã que sou e que constantemente sou relembrada dos erros e dos grandes feitos não só do meu povo, como também do ser humano ao redor do planeta e ao longo de séculos, quero que todos se recordem que os seres humanos que somos hoje, não refletem os que eramos há séculos ou apenas há dezenas de anos atrás. Evoluímos através de descobertas passadas e de documentos que nos foram deixados por gerações passadas para que o conhecimento e vivências antigas fossem relembrados. Assim, da mesma forma que recordamos as coisas boas da nossa história temos de assumir as más, e apesar de não devermos ficar obcecados com o passado, não vamos deixar que as heranças deixadas apenas voem com o vento como se fossem meras folhas de papel que em nada contribuíram para o que somos hoje.

[Mafalda Adão, 11CSELH]

"Holocaust" by Vince Alongi is licensed under CC BY 2.0

2 comentários:

Feliz Dia da Mãe: uma homenagem às mães do 7.º E!

Os alunos do 7.º E realizaram um pequeno filme de homenagem às mães, no âmbito das disciplinas de Português e de Cidadania e Desenvolvimento...