domingo, 14 de fevereiro de 2021

Às vezes a noite, sonolenta, adormece no leito do amanhecer...

Na tarde de um domingo ensolarado de fevereiro, publicamos um poema da Rita Mesquita do 11ºLH que nos foi enviado pela professora Cesaltina Neves. Obrigado Rita e professora! Parabéns pela qualidade do poema!


 Às vezes a noite, sonolenta, adormece no leito do amanhecer.


 A madrugada é impotente, o dia toma um mês para acordar.

 

Os olhos meus, olhos de sujeito, vagueiam fechados sobre um mar de gente,

um lamaçal de conteúdo, um estrondo de palavras,

 

palavras. Não conversas. Conversas exigem respostas, exigem retaliação, exigem sentidos,

 

sentimentos.

 

Ninguém conversa sobre nada, nem quando se conversa sobre a falta de tudo.

 

É curiosa a falta de interesse dos jovens de hoje em dia na sedução de um amanhecer,

na bênção da paciência,

nos acordes de uma guitarra.

 

Uma guitarra que tocou, em tempos, sobre novembro.

 

E é janeiro.

 

E o dia ainda não nasceu.


[Rita Mesquita, 11LH]

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