Conto do Tibete
O príncipe perfeito
Era um príncipe excecionalmente belo. A sua postura
sobressaía de tal modo que não podia passear em nenhum lado sem que todos,
inclusivamente na corte, o fitassem embevecidos. Era tão incómodo e opressivo ter
de suportar constantemente os olhares e êxtases dos outros que o príncipe
idealizou um sistema de espelhos que refletia um retrato fiel que haviam feito
dele e dava a impressão de o reflexo do príncipe ser realmente o jovem
atraente. Desde que recorressem à artimanha num dos salões do palácio, as
pessoas apinhavam-se para ver o “príncipe”, e este chegava mesmo a misturar-se
com a multidão sem que ninguém reparasse nele. Estavam todos tão embevecidos
com o reflexo que não reparavam no príncipe.
DIZ O SÁBIO:
EXTASIADOS PELOS REFLEXOS, NÃO NOS APERCEBEMOS DA REALIDADE.
[In Contos Espirituais do Tibete, Ramiro Calle, Albatroz, distribuição Porto Editora 2021]
As turmas 8ºA, 8ºE e 8ºF e a professora Rosa Antunes lançam-te um desafio. Vamos tentar responder a estas perguntas e refletir sobre elas?
Perguntas:
- Não acontece a mesma coisa quando os jovens que postam
fotografias com filtros na internet, não deixam de conviver com os colegas de turma
nos intervalos?
- Ficamos quase sempre deslumbrados com a beleza física. Será que é mais importante do que a valorização das nossas qualidades, dos nossos talentos?
Frase de Ramiro Calle:
“Infinitamente mais importante do que o brilho da mente é o brilho do coração.”
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