Agora que o pai morreu, inesperada e precocemente, Pedro tem pouco mais a que se agarrar senão aos ensinamentos e às memórias deixadas pelo pai, professor de Literatura na rede de ensino público. E homem negro, num país que julga os homens e as mulheres pela cor da pele. Esvaziado pela ausência, Pedro retraça os passos de Henrique nas ruas, procura vestígios seus nos pertences deixados no apartamento. Reduzido por vontade da mãe a uma relação intermitente com o pai, resta a Pedro a possibilidade de reconstruir ou imaginar o passado de Henrique enquanto homem, enquanto pai para, pelo caminho, procurar o entendimento de si próprio. Nesta rota íntima de Pedro, Jeferson Tenório faz uma delicada investigação das relações entre pais e filhos, ao mesmo tempo que esboça um retrato poderoso de um país sulcado pela segregação e pela pobreza, em que muitos não podem mostrar por vezes, nem sentir o seu avesso, esse espaço onde "entre músculos, órgãos e veias existe um lugar só seu, isolado e único".
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
-
Feliz Dia da Mulher! Hoje, Dia Internacional da Mulher , os alunos e alunas do 7.º E quiseram homenagear todas as mulheres, pelo que produz...
-
Vê aqui Afonso Cruz a apresentar o seu livro! O pintor debaixo do lava-louças, escrito por Afonso Cruz, que já esteve na nos...
-
Com o objetivo de combater o preconceito, o estigma e promover o conhecimento sobre saúde mental, a Federação Mundial da Saúde Mental criou...
Revolução, Sophia de Mello Breyner Andresen
Revolução Como casa limpa Como chão varrido Como porta aberta Como puro início Como tempo novo Sem mancha nem vício Como a voz do mar Interi...
Sem comentários:
Enviar um comentário