quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A PÁGINAS TANTAS

As cinquenta sombras de Grey
Comecemos pelos factos… As cinquenta sombras de Grey são um sucesso editorial lido por milhares de pessoas e isso é ponto assente. Passemos à opinião… Opinião baseada numa noite de leitura, o que, para uma leitora compulsiva, é suficiente para este livro. Se me perguntarem se compreendo o porquê do sucesso editorial posso responder que sim. Este livro oferece-nos a versão cor-de-rosa de uma história de amor que se pode resumir no seguinte enredo: rapaz rico, misterioso e atraente encontra rapariga inocente, virgem e nada habituada a luxos e apaixonam-se … No final da leitura tive uma sensação não de déjà-vu, mas de déjà-lu… Sim, também eu li as Bianca e as Sabrina no meu tempo de adolescente, e ainda devem existir no sótão da casa dos meus pais uma ou duas Corin Tellado, portanto a receita para o sucesso é conhecida. Esta receita já não era, no entanto, suficiente para os dias de hoje. Foi necessário ainda apimentar a contracapa com uma alusão a todo um mundo de erotismo (a voracidade sexual de Grey e a sua obsessão pelo controlo) e na capa ficamos desde logo a saber que este é o livro de todos falam - estava criado o engodo para os leitores. Considero, como sempre considerei, que todos os leitores têm o direito inalienável a não gostarem de um livro, contudo é também minha firme convicção que jamais nos devemos pronunciar sobre um livro sem o termos lido, folheado, dado uma oportunidade às letras de nos seduzirem. Infelizmente não foi o caso… Após a leitura da obra conclui que esta nada de novo trazia ao meu gosto por ler, nem a suposta carga erótica chega a ser aliciante (só quem nunca leu Anais Nin ou D.H. Lawrence poderá dizer que o erotismo neste livro é inovadoramente sedutor). Há contudo uma observação que se torna premente, a cor deste livro (indiscutivelmente cor de rosa sob os negros da capa) torna-o cativante aos olhos de muitos leitores, talvez porque já muito pouco de cor-de-rosa aparece nas nossas vidas… Quem nunca sonhou com um cavaleiro, no seu corcel branco, perdido de amor por nós que atire a primeira pedra… Eu não o farei… Li, está lido… Agora cabe-lhe a si, caro leitor ler e julgar, pois foi para isso que os livros foram escritos… E se opiniões não se discutem e cada um tem a sua, esta opinião foi apenas a minha…

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