Nos dias 5 e 6 do
corrente mês, contámos com a presença, na Biblioteca João Franco e na Biblioteca da Escola Básica de Valverde, do nosso
agrupamento, do autor Nuno Matos Valente, que realizou várias sessões para o
1.º e 2.º Ciclos. Agradecida a vinda de Nuno Valente, pela professora Ana Maria Raposo, presidente da CAP, deu-se início às sessões.
No 1.º Ciclo, começou por explicar que,
desde criança, era muito distraído com tudo o que se passava à sua volta,
inclusive um carreiro de formigas, onde se destacava uma mais forte. Este
carreiro de formigas tê-lo-á motivado a desenhar um ginásio de formigas. Ao ser
apanhado pela professora, foi-lhe dito que ele sofria de pensamentos inúteis e
foi-lhe ainda sugerido que, cada vez que tivesse um pensamento inútil, rasgasse um
papelinho, o escrevesse lá e enrolasse bem, colocasse no bolso
para, em casa, depositar numa caixa. Então, encheu caixas de pensamentos inúteis
que, posteriormente, colou em cadernos, chegando à conclusão que davam boas
histórias.
Depois de as crianças identificarem
monstros mundialmente conhecidos, o nosso escritor explicou como é que chegou à
ideia de escrever o livro Bestiário
Tradicional Português, porque lhe permitiu fazer uma pesquisa das lendas
que, no nosso país, nos falam dos monstros utilizados para atemorizar as
crianças para que elas não se portassem mal, comessem, não ficassem até muito
tarde na rua, não se aproximassem dos poços e lagos perigosos, entre muitos
outros perigos que poderiam estar à espreita. Contou a história do “Homem do
Saco”, entre outras, que as nossas crianças adoraram!
As turmas da Escola E.B1. de Valverde envolveram-se verdadeiramente,
elaborando um livro com as personagens que representam os seus medos e fizeram
uma pequena dramatização dos medos abordados no Bestiário Tradicional Português, de Nuno Valente.
No 2.º Ciclo, as sessões centraram-se mais na
trilogia de livros: A Ordem do Poço do
Inferno, O Tesouro do Califa e A Floresta de Metal. Começou por se
questionar “Escrever porquê?”, ao que respondeu que escrever é uma forma de
fazer algo, de tornar ideias inúteis em úteis.
À pergunta que se
seguiu, “Escrever. Como?”, respondeu que, primeiro, pensa…pensa… Depois, começa
a escrever. Escreve o primeiro capítulo. Sai da história, finge que é o leitor,
com a idade a que se destina o livro e lê. Vê os defeitos, o que há a melhorar
e escreve durante mais cerca de três meses. Escreve até a história estar
completa. A editora lê o manuscrito, diz onde poderia melhorar e, com as
anotações da editora, reescreve o livro. Enquanto isso, alguém já está a
preparar as ilustrações. Segue para o revisor, que deteta as gralhas, erros e
erros de história. Posto isto, passa para o paginador, que escolhe o formato, a
cor, o tipo de letra, de papel e se encarrega da montagem do livro e da
inserção das ilustrações.
Esta trilogia é muito
interessante e não é estanque. Como o autor apostou no Geocaching, nos livros vão aparecendo códigos que são expansões das
histórias e que prometem uma leitura dinâmica. Com a aplicação no telemóvel ou
no tablet, o jovem pode abrir essas
expansões e surpreender-se!
Sem comentários:
Enviar um comentário