segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PRECISA DE MOTIVOS PARA LER?

RESUMO DO LIVRO Um dia, o grupo dos cinco jovens foi para um intercâmbio com alunos franceses, na França. O local escolhido para se encontrarem era em Trocadéro. Quando lá chegaram, foram distribuídos por famílias de acolhimento. A família que acolheu João era um casal que tinha uma filha. Pedro e Chico foram recebidos por uma família que também tinha apenas um filho. As gémeas Teresa e Luísa foram acolhidas por uma pessoa que se chamava Clarice, mas apareceu a sua tia Elise, que as levou para casa e lhes disse para ficarem à vontade. Alguns dias depois, o grupo foi para a escola para ensaiar o final da peça de teatro porque era a véspera da estreia. A estreia da peça de teatro correu bem. No dia seguinte foram visitar a torre Eiffel e o museu de Orsey. Na televisão viram uma notícia sobre a explosão de uma bomba num armazém em Paris. Um dia depois de jantarem com Gaston, as gémeas encontraram Pedro e Chico. Pedro contou que tinha ouvido um terrorista planear pôr uma bomba num armazém de comidas. Algum tempo depois foram ter à cabana de Gaston em Vosgos. Chico, Luísa e Bento foram dar uma volta e encontraram os terroristas. Começaram a lutar e ganharam, mas Chico caiu de uma ribanceira abaixo e desmaiou. Os terroristas levaram Luísa e Bento e puseram-nos ao lado de uma bomba relógio, mas Chico salvou-os. Ficaram lá todos dentro à exceção de Teresa, que se perdeu. A bomba explodiu, mas apenas ficaram ligeiramente feridos. O comandante prendeu os bombistas e apareceu o terrorista da mancha branca que apontou a pistola a Teresa. Chico, escondido, atirou uma pedra e partiu a cabeça ao terrorista. OPINIÃO SOBRE O LIVRO Na minha opinião, é um livro divertido porque tem muitas partes em que eles se metem em aventuras e é divertido saber como eles se safam. FRASE MAIS BONITA DO LIVRO "Nunca hei-de esquecer Vosgos! - disse o Pedro. - Que sítio espantoso..." , pág.179 Autor: Ângelo Soares Primo, 7º E

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

APS10 APRESENTA TRABALHO A 4º ANO JF4B

Como se pode ver pelas fotografias, a animação na BECRE foi grande. Os alunos da turma APS10 desenvolveram um trabalho alusivo ao tema da castanha e do castanheiro, outrora foco de desenvolvimento desta região, e apresentaram uma peça de teatro, seguida de atividades de desenho, pintura, colagens e ainda cantaram um fado! Todos adoraram e pedem repetição!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

CLUBE DE LEITURAS

Alguns alunos do 9º A e do 9º B e toda a turma do 3º ano JF 3 B partilharam leituras na BECRE João Franco do nosso agrupamento. O entusiasmo foi total. As obras apresentadas foram O leão e o rato, uma fábula de La Fontaine, Uma noite de natal, de Diana Hendry, Papá das pernas altas, de Jeanne Webster, O silêncio da água, de José Saramago, O meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos, O segredo do castelo de terror, de Alpred Hitchcock, Cartas a Beatriz, de Maria Teresa Maia Gonzalez, A maior flor do mundo, também de José Saramago e os Capitães de areia, de Jorge Amado. Os alunos do 3º ano apresentaram os seus livros em duas dramatizações fantásticas e muito bem encenadas. Os mais velhos falaram dos livros que leram, tendo em atenção o público a que se destinavam ... E olhem que não é nada fácil! Correu muito bem. Por fim, os meninos do 3º ano escreveram a obra que preferiram e o motivo da escolha. É caso para dizer que foi incrível: ganhou O segredo do castelo de terror, apresentado pelo José Lopes. Bem, resta dizer os nomes dos outros participantes do 9º ano: Afonso Duarte, Beatriz Freitas, Beatriz Sampaio, Simão Brito e Inês Lopes. Continuem com as boas leituras!

A PÁGINAS TANTAS

As cinquenta sombras de Grey
Comecemos pelos factos… As cinquenta sombras de Grey são um sucesso editorial lido por milhares de pessoas e isso é ponto assente. Passemos à opinião… Opinião baseada numa noite de leitura, o que, para uma leitora compulsiva, é suficiente para este livro. Se me perguntarem se compreendo o porquê do sucesso editorial posso responder que sim. Este livro oferece-nos a versão cor-de-rosa de uma história de amor que se pode resumir no seguinte enredo: rapaz rico, misterioso e atraente encontra rapariga inocente, virgem e nada habituada a luxos e apaixonam-se … No final da leitura tive uma sensação não de déjà-vu, mas de déjà-lu… Sim, também eu li as Bianca e as Sabrina no meu tempo de adolescente, e ainda devem existir no sótão da casa dos meus pais uma ou duas Corin Tellado, portanto a receita para o sucesso é conhecida. Esta receita já não era, no entanto, suficiente para os dias de hoje. Foi necessário ainda apimentar a contracapa com uma alusão a todo um mundo de erotismo (a voracidade sexual de Grey e a sua obsessão pelo controlo) e na capa ficamos desde logo a saber que este é o livro de todos falam - estava criado o engodo para os leitores. Considero, como sempre considerei, que todos os leitores têm o direito inalienável a não gostarem de um livro, contudo é também minha firme convicção que jamais nos devemos pronunciar sobre um livro sem o termos lido, folheado, dado uma oportunidade às letras de nos seduzirem. Infelizmente não foi o caso… Após a leitura da obra conclui que esta nada de novo trazia ao meu gosto por ler, nem a suposta carga erótica chega a ser aliciante (só quem nunca leu Anais Nin ou D.H. Lawrence poderá dizer que o erotismo neste livro é inovadoramente sedutor). Há contudo uma observação que se torna premente, a cor deste livro (indiscutivelmente cor de rosa sob os negros da capa) torna-o cativante aos olhos de muitos leitores, talvez porque já muito pouco de cor-de-rosa aparece nas nossas vidas… Quem nunca sonhou com um cavaleiro, no seu corcel branco, perdido de amor por nós que atire a primeira pedra… Eu não o farei… Li, está lido… Agora cabe-lhe a si, caro leitor ler e julgar, pois foi para isso que os livros foram escritos… E se opiniões não se discutem e cada um tem a sua, esta opinião foi apenas a minha…

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A PÁGINAS TANTAS - ILSE LOSA

Aproxima-se o centenário da data do nascimento da escritora portuguesa de origem alemã, Ilse Losa. Apesar de ser conhecida pelos seus livros para as idades mais infantis, atrevo-me a recomendar a sua leitura aos mais velhos. Começamos por aconselhar o conto “Silka”, talvez um dos mais belos que escreveu, que nos narra a história de uma rapariga com o mesmo nome. É uma história muito mágica, de amor, mas também um pouco trágica, na medida em que nos revela quão cruel pode a natureza humana ser. O conto “Faísca” é a ternurenta história de um cão, mas sortudo! Enquanto uns são abandonados, outros têm a sorte de serem cobiçados por dois donos. E quem ganha? “Beatriz e o plátano” revela preocupações de ordem ambiental e é, também, uma história muito ternurenta. “A flor azul” é um livro de contos em que as temáticas são variadíssimas. O conto que dá o nome ao livro versa a amizade e o seu valor, mesmo quando as idades são diferentes. O conto “Ponte”, dotado de uma pontinha de humor, aborda o tema da mentira. Enfim, descubra qual o seu preferido. Finalmente, aconselho O mundo em que vivi, a história de uma menina judia, Rose, que viveu na altura da primeira grande guerra, sofrendo, por isso mesmo e cuja família se vê obrigada a emigrar. Rose narra acontecimentos da sua infância com o olhar imposto pela distância mas, de qualquer modo, o olhar quente de quem narra precisamente o que viveu. Todas estas histórias e ainda outras escritas pela brilhante Ilse Losa conduzi-lo-ão para o mundo fantástico da literatura e para o prazer da leitura. Decore este nome: Ilse Losa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PARA MIM ESCREVER É...

Quando temos ideias, Ideias a abarrotar, E sem ninguém para contar, É no papel que vamos desabafar. Em casa ou na escola, De noite e de dia, É só mergulhar, No mundo da fantasia. É muito fácil de fazer, Basta ter imaginação, E se tiver dificuldade, Peço ajuda ao coração. Escrever, escrever sem parar, Até é divertido, Basta pensar, pensar, pensar, Que no papel tudo será decidido! Para mim escrever é falar, Mas falar bem, Pois para mim imaginar, Não é só escrever, É fantasiar! É uma forma de viver, Sem parar nem conter Maria Matos, nº 15, 7º C

A PÁGINAS TANTAS - Nação crioula

Nação Crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes é uma obra notável e de grande interesse, do autor angolano José Eduardo Agualusa. Trata-se da história de Fradique Mendes, um escritor português que, viajando um pouco por todo o mundo, inclusivamente por Angola, acaba por se relacionar com uma mulher angolana, Ana Olímpia, nascida princesa congolesa, mas também escrava, o que o leva à luta pela extinção da escravatura em Portugal que, embora já abolida, continuava a ser praticada. É um romance epistolar, isto é, relatado através da correspondência entre Fradique Mendes e a sua madrinha, madame de Jouarre, Ana Olímpia e Eça de Queirós e cuja ação decorre no século XIX. Já sei o que está a pensar: que é uma, digamos, “seca”. Nada disso! Muito pelo contrário: é um romance muito fácil de ler, que aborda a conjuntura socio-cultural da época de forma simples e fácil de ler. Nação Crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes é o conselhoda BECRE da Escola João Franco.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

LIVROS DIGITAIS NO DN

O DN publica, a partir de hoje, uma série de obras de autores portuguese de renome. Para aceder à sua leitura, basta inscreverem-se no site do jornal. O primeiro é o Rui Zink, com Um romance.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A PÁGINAS TANTAS

“No tempo em que eu ainda trepava às árvores …”. Com esta frase inicial, Patrick Süskind revela que o narrador da história é apenas um rapazinho que, dotado de um caráter muito reservado, mas aventureiro, nos vai falar sobre um singular habitante da sua aldeia, o senhor Sommer. “Vivia (…) nem a dois quilómetros da nossa casa (…). Ninguém sabia qual era o nome de baptismo do senhor Sommer, se era Pedro ou Paulo ou Henrique ou Francisco Xavier, ou se era doutor ou professor Sommer, ou professor doutor Sommer (…) .” Ele e a sua mulher haviam chegado, um dia, de autocarro e não se conheciam quaisquer filhos ou outros familiares. Contudo, este homem misterioso era conhecido de toda a gente. E porquê? Pura e simplesmente porque passava quase todas as horas da sua existência a percorrer a pé toda a região, munido do seu cajado e da sua mochila, quer estivesse sol, chuva, ou até um temporal. Carolina Kückelmann é a jovem personagem feminina dos sonhos do narrador, que o fascina e, do lado oposto, existe a personagem da Senhora Funkel, uma odiosa professora de piano. O senhor Sommer, não existindo na vida de ninguém, existe na vida de toda a gente, pela simples passagem, mas sem nunca estabelecer qualquer tipo de contato. Com belíssimas imagens de Sempé, esta é a história de muitas vidas que, de tão solitárias, nem pertencem ao mundo da verdadeira existência. É um assunto é para refletir. A história do senhor Sommer, um livro para todas as idades, com apenas 102 páginas, uma boa leitura para o seu fim de semana.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A PÁGINAS TANTAS

A herpetofauna do parque natural da Serra da Estrela. Não estranhe. Este é mesmo o título do livro que hoje divulgamos! É verdadeiramente bizarro. Sabe qual é o assunto? “Serpentes, lagartos, rãs e sapos…” Ba, que horror! Dizem os autores que “estes estranhos e discretos animais não são compreendidos da mesma maneira por toda a gente. A grande maioria arrepia-se só de pensar neles, à simples apresentação das suas imagens. No entanto, uma criança não vê nada de repugnante ou de ameaçador num sapo ou numa serpente que, espontaneamente, agarraria se não a repreendessem…” O que é certo é que, através deste livro, que contém magníficas fotografias, temos oportunidade de considerar estes animais de forma diferente. Os autores afirmam que quiseram “associar os anfíbios e os répteis aos meios naturais que frequentam e dos quais são inseparáveis”, além do que consideram que é necessário protege-los, o que não será possível, claro, se não preservarmos o seu habitat. Segundo os autores, “os anfíbios e os répteis são uma parte importante do património natural da serra da Estrela onde ocorrem 35 das 46 espécies recenseadas em Portugal Continental. Eles contribuem, significativamente, para a enorme riqueza e diversidade desta área natural.” Pois bem, a primeira parte da obra refere-se ao parque natural da serra da Estrela, caracterizando-o, abarcando a sua geologia, o clima, as zonas fotossociológicas e paisagísticas, problemas e perspectivas. Só na 2ª parte é que o tema, propriamente dito, é abordado e de forma mesmo muito interessante. Atreva-se e consulte esta magnífica obra na biblioteca da Escola João Franco. Aproveite, depois, para dar um passeio à Serra da Estrela e procurar, sem medo, algumas das espécies mencionadas no livro.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A PÁGINAS TANTAS - CONSELHOS PARA FÉRIAS

Hoje temos uma edição especial do “A Páginas Tantas”. Estando em tempo de férias, resolvemos aconselhar os mais jovens. Fomos às prateleiras e o resultado é o que se segue. Se ainda não gostas de ler e tens 12 anos ou mais, podes experimentar a colecção “O recruta”; a responsabilidade é minha! Gostar, adorar é garantido! Convém começar pelo primeiro volume, O recruta, mas se não for possível, depressa se apanha o ritmo. Ainda para aqueles que não descobriram o prazer que a leitura dá, A lua de Joana da famosíssima escritora portuguesa Maria Teresa Maia Gonzalez é obrigatório. Quem ainda não leu, faça o favor a si próprio de o fazer! Esta escritora juntou-se com a Margarida Fonseca Santos e nasceu uma nova colecção: “As aventuras de Colombo”. Este é, nem mais nem menos do que um pombo, mas um pouco diferente do habitual: já reformado, tem muitas histórias para contar aos seus amigos pombos e é precisamente o que faz, relatando histórias incríveis da ilha Malu-ka, onde viveu, e dos seus monarcas e súbditos. Tudo muito incrível e cativante. Os contos de Eça de Queirós foram a inspiração de Luísa Ducla Soares para a sua obra intitulada Seis contos de Eça de Queirós recontados por Luísa Ducla Soares. São todos diferentes, no seu estilo, de leitura fácil, e as histórias são todas cativantes. Um livro com poucas páginas e muitas surpresas. Para quem é aficionado de coisas históricas, o escritor e ilustrador português Pedro Seromenho escreveu o livro 900 – história de um rei, sobre o nascimento da nação portuguesa e Afonso Henriques. Garanto que também é o máximo! O escritor chileno Luis Sepúlveda lembrou-se de escrever sobre o tema da amizade e de como ela ultrapassa todas as diferenças. Aassim nasceu o romance História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar. Como o título mostra, um gato e uma gaivota, diferentes como são, podem ser mesmo amigos! Uma ternura e uma beleza de romance. É urgente lê-lo. O Bruno Santos, escritor e ilustrador português, escreveu O pássaro em branco e outras histórias, que Senhor de Si ilustrou. Aconselhado para maiores de 10 anos, as suas histórias, embora não sendo fáceis, são muito interessantes e fazem pensar. Consegues adivinhar “O que faz um pássaro de olhos fechados a voar ao sabor da pena?” Não? Então tens mesmo de ler este livro! E por último, para os mais pequenos, do mesmo autor, A lesma constipada é uma história muito bem-disposta sobre uma pobre lesma que tinha frio, pelo que desejava arranjar uma casa. Será que consegue? E pronto, meus amigos, estas são algumas sugestões minhas, mas, é claro, se forem a uma biblioteca, a perdição é total! É que livros lindos, lindos, há mesmo muitos, basta a difícil tarefa de escolher e a fácil tarefa de requisitar!

terça-feira, 12 de junho de 2012

A PÁGINAS TANTAS - LEITURAS PARA FÉRIAS

Contos de vampiros é uma compilação de contos escritos por autores portugueses, desde Ana Paula Tavares a José Eduardo Agualusa, passando por Miguel Esteves Cardoso, Rui Zink, Hélia Correia, João Tordo e ainda outros. Podemos dizer que os contos são todos muito bons, alguns raiando o bom humor, ao contrário do que o título possa sugerir. São, alguns, terríficos, mas não assustadores. Creia que os pode ler, de noite, muito confortavelmente, na sua caminha, que não terá pesadelos… As personagens e as acções são tão variadas como os autores, encontrando nós uma panóplia de caráteres muito variada. Podemos deparar com um fantasma solitário e triste, ou com um monstro que, se calhar n~eo é muito monstro. Enfim, uma leitura diferente, mas que aconselho vivamente. Contos de vampiros, de vários autores portugueses contemporâneos, é um conselho da BECRE JOÃO FRANCO para estas férias e ... para todas as idades!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

TOP LEITOR

MAIO 1º - Alexandra Sofia Venâncio Costa 2º - Ana Margarida Gadanho Vaz e Catarina Geraldes Antunes Mendes 3º - Alexandre Gonçalves Lopes e Fábio Dias Ferreira ABRIL 1º - Catarina Geraldes Antunes Mendes 2º - Jéssica da Costa Grácio 3º - Alexandra Sofia Venâncio Costa

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Rubrica "A PÁGINAS TANTAS"

Vargas Llosa, M. (2003). Lituma nos Andes (M.S. Pereira, trad.). Porto: Público (obra original publicada em 1993) Lituma nos Andes é uma história muito interessante e cativante que narra a história do cabo Lituma e do seu ajudante Tomás que, no Planalto peruano, vivem sob a ameaça da presença dos guerrilheiro de Sendero Luminoso. O mistério vive-se intensamente, no seio do desaparecimento de várias personagens e Vargas Llosa confere grande densidade psicológica às suas personagens, o que contribui para uma leitura urgente por parte do leitor. Além disso, todo o ambiente em que as personagens circulam é dotado de uma realidade que, distante e diferente da nossa, que nos sensibiliza para a diferença cultural entre os povos. Aguçamos o apetite com a leitura da primeira página deste romance, pois, desde a primeira frase que o leitor fica, irremediavelmente, preso. “Quando viu aparecer a índia à porta da choça, Lituma adivinhou o que a mulher ia dizer. E ela disse-o, mas em quéchua, mastigando as palavras e soltando um fiozinho de saliva pelas comissuras da boca sem dentes. - O que está ela a dizer, Tomasito? - Não percebi bem, meu cabo. O guarda dirigiu-se à recém-chegada, em quechua também, fazendo-lhe com as mãos sinal para que falasse devagar. A índia repetiu os mesmos sons indiscerníveis que davam a Lituma a impressão de uma música bárbara. Sentiu-se, de repente, muito enervado. - O que é que ela diz? - O marido perdeu-se – murmurou o ajudante. – Há quatro dias, parece. - E vão três – balbuciou Lituma, sentindo a cara encher-se-lhe de suor. – Puta de vida. - Que havemos nós de fazer, meu cabo? - Regista-lhe a declaração.- Um calafrio subiu e desceu o guarda civil.- Primeiro, o mudo, depois, o albino. Agora um dos capatazes da estrada. Assim, não, não pode ser, meu cabo. Não podia, mas era, e pela terceira vez. Lituma imaginou os rostos inexpressivos, os pequenos olhos glaciais com que o observariam as pessoas de Naccos, os peões do acampamento, os índios comuneiros, quando lhes fosse perguntar se sabiam do paradeiro do marido daquela mulher e sentiu o desânimo e a impotência das ocasiões em que tentara interroga-los acerca de outros desaparecimentos: as cabeças sacudindo-se negativamente, os monossílabos, os olhares fugidios, os pressentimentos de ameaça. Seria a mesma coisa, uma vez mais.” Caro ouvinte, com este início, diga-me se não tem vontade de ler este livro! Lituma nos Andes, um conselho meu, que sou a Margarida Ferreira. Junho de 2012.

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