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O apocalipse dos
trabalhadores é o livro que hoje trazemos do já nosso conhecido
Valter Hugo Mãe que, confesso, não para de me surpreender.
Maria da Graça e Quitéria são duas amigas confidentes e vizinhas que
trabalham fazendo limpezas em casas. À porta de casa, partilham as suas vidas em
conversas íntimas reveladoras das suas vidas.
Maria da Graça, mulher de Augusto, embarcadiço que só vem a casa de
seis em seis meses, mantém uma relação de cariz sexual com o Sr. Ferreira, em
casa de quem faz limpezas. Sonha que ele poderá nutrir por ela algum tipo de
sentimento amoroso, mas disso não há sinais.
Quitéria, por seu lado, recebe homens, recusando-se a desenvolver
qualquer tipo de sentimento por eles. Os seus relacionamentos são meramente
físicos.
Depois de o Sr. Ferreira se suicidar inesperadamente, Maria da Graça
reconhece, finalmente, que o que sentia por ele era verdadeiro amor, lamentando
que não fosse recíproco, o que, afinal, não era bem verdade.
Quitéria, que mantinha uma relação com Andriy, um jovem ucraniano
recentemente chegado a Portugal, carregando um duro passado, inesperadamente, começa a envolver-se sentimentalmente com ele e surge uma entrega recíproca que
se desenvolve ao longo da história.
As duas amigas são, ainda, carpideiras, o que confere uma nota
humorística ao romance.
Como sempre, as personagens são dotadas de grande densidade
psicológica, o que enriquece a história e provoca no leitor uma reflexão sobre
os valores da vida. Aliás, Valter Hugo Mãe já nos habituou a esta
característica das suas personagens. Ele, como ninguém, sabe traduzir a vida e
os sentimentos humanos para palavras.
Toda a história está
escrita ao estilo único de Valter Hugo Mãe, o que, a par da trama
interessantíssima, é sempre mais um ingrediente aliciante para a leitura.
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