As palavras de Sophia de Mello
Breyner não perderam sentido num tempo em que parecemos todos mais virados para
nós, alheios ao sofrimento do mundo.
As imagens que nos chegam de
Moçambique, desde o furacão Idai, fazem-nos pensar na nossa fragilidade face
aos elementos, mas também refletem as consequências de uma pobreza que parece
atrair cataclismos e torna os pobres ainda mais pobres, os fracos ainda mais
frágeis.
O que nos une a Moçambique é não só
uma História comum com mais de 500 anos, mas também muitas estórias que se
constroem à volta de uma língua, a língua portuguesa, que nas suas diferenças
surge enriquecida pela diversidade. Mas acima de tudo o que nos une é uma
vontade de reencontro nos olhos tristes das crianças que secam os seus livros
para voltar à escola, nos rostos cansados das mulheres que carregam os filhos
às costas ao mesmo tempo que procuram materiais que lhes permitam construir as
suas casas, no esforço dos homens que enfrentam a perda e, ainda assim, lutam
para ajudar os vizinhos, os amigos, a família a enfrentar as águas
avassaladoras que parecem querer engolir tudo.
É por termos em nós esta vontade de
não sermos indiferentes que queremos ajudar o povo moçambicano da Beira a
recuperar as suas vidas. Não podemos salvar todos, mas se ajudarmos uma criança
a voltar à escola, uma mulher a reconstruir a sua casa, um homem a recuperar o
seu sustento, o nosso esforço já terá valido a pena.
Vamos todos Ser Solidários com
Moçambique! No dia 10 de maio, vamos unir-nos pela música e pela palavra. Vamos
todos ser mais pessoas.
Teresa Correia
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