No dia 12 de janeiro, pelas 14h e 30 minutos teve início uma conferência intitulada “Saúde Mental, Novo Paradigma”, na biblioteca da Escola Secundária, cujo público-alvo foram os alunos das turmas CAV, TAS e APS.
A sessão de abertura contou com
a presença da presidente da CAP, Ana Raposo; o coordenador interconcelhio das
Bibliotecas Escolares, Pedro Rafael; a coordenadora das Bibliotecas do
Agrupamento, Margarida Ferreira e a coordenadora do Projeto de Educação para a
Saúde, Alda Fidalgo, que destacaram a importância destes projetos, nomeadamente
o projeto “EnvelhoSer LivroMente” e o papel fulcral que as bibliotecas podem
ter na sua execução.
Duas
alunas do 5.ºA leram exemplarmente bem dois poemas relacionados com a temática
da conferência.
Seguidamente, deu-se início às
palestras, com a médica do CHCB, Adriana Formiga, que nos veio falar sobre a “Saúde
Mental na Infância”, salientando que, para que esta aconteça, a criança deve
estar em equilíbrio consigo mesma e com o ambiente que a rodeia. Ter amor, ser
encorajada, interagir com os pares, ter disciplina, regras e limites, ter
autoconfiança e autoestima. Só assim pode ter uma vida mais ativa, aprender
melhor e ter menos comportamentos de risco. Se a criança tiver uma doença
mental, que pode advir de stresse tóxico, maus tratos, agressividade, pobreza,
castigos e superproteção, não se pode desvalorizar, há que tratá-la e
possibilitar-lhe uma vida minimamente estável.
No momento subsequente, Helena Quaresma,
professora na Escola Superior de Enfermagem de Castelo Branco, trouxe-nos o
tema “Saúde Mental em Idade Escolar”, começando por questionar o que é ser
adolescente, como viver essa fase da vida em plenitude para que se possa ser um
adulto saudável. O adolescente, normalmente muito egocêntrico, deverá construir
a sua identidade de forma a tornar-se independente, ter opinião, definir-se na
forma de vestir, no tipo de música que gosta, na escolha dos amigos, escolher
um projeto de vida, uma profissão, ter expectativas razoáveis e objetivas,
tendo a família um papel fulcral neste processo. O adolescente está deprimido
quando se isola socialmente, está constantemente triste, vive numa ansiedade e
angústia permanentes, possui uma baixa autoestima, é invadido por sentimentos
de culpa, de inutilidade e desvalorização, fica facilmente instável, começa a
ter transtornos alimentares, diminui o rendimento escolar, entre outros. Muitas
vezes, estas depressões resultam de um desenvolvimento pouco equilibrado, cujos
comportamentos de risco – violência, consumo de álcool, consumo de drogas
ilegais, condução perigosa, dependências sem substâncias – são grandes
responsáveis pela instabilidade e problemas de saúde mental, que podem
influenciar para toda a vida.
A conferência terminou com a
palestra do enfermeiro especializado em ESMP da Escola Superior de Enfermagem
de Coimbra, Emanuel Pereira, subordinada ao tema “Saúde Mental do Adulto ao
Idoso”. Ficamos a perceber que, também na fase adulta, momento em que o cérebro
sofre um processo de atualização e se encontra numa etapa de maior energia e de
grande capacidade de desempenho, pode haver acontecimentos marcantes geradores de
instabilidade, como o divórcio, conflitos e tensões na maternidade/paternidade,
vulnerabilidade, insegurança e sentimento de inutilidade face ao desemprego ou
a condições profissionais precárias e a crise da meia-idade. Todos estes
fatores podem gerar ansiedade, sentimentos de fracasso e sérias consequências
ao nível da autoestima.
Referiu ainda que o
envelhecimento traz alterações a nível psicológico (memória), físico e patológico.
Há, porém, aspetos positivos, que podem favorecer um envelhecimento saudável,
como o facto de ser uma fase de fortalecimento de relações e do
autoconhecimento. Para envelhecer saudavelmente há que continuar a estimular a
memória, fazer uma alimentação equilibrada, exercício físico e mental.
Interessante e bastante oportuno.
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