sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Conferência "Dia da Dignidade"

O dia 18 foi assinalado na biblioteca da Escola Secundária com uma conferência alusiva à etnia cigana, que contou com a presença de muito ilustres personalidades: Rosa Carreira, da CooLabora, Carlos Miguel, secretário de estado das autarquias, Mário Cardoso, mediador da comunidade cigana, Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão e Ana Raposo, presidente da CAP – Comissão Administrativa Provisória.

A abrir, fomos presenteados com uma magnífica atuação da Catarina Corado, que tocou acordeão.

Em seguida, a atriz da Quarta Parede, Sílvia Ferreira, leu o poema “Exílio”, de Manuel Alegre.

A abrir as intervenções, a presidente da Cap, Ana Raposo, apresentou os palestrantes e o presidente da Câmara Municipal do Fundão deu início aos trabalhos, tendo referido que “todos somos militantes da dignidade. São militâncias que devemos ter”, afirmou.

Rosa Carreira falou do projeto “Sem Fronteiras” desenvolvido pela instituição que representa junto da comunidade cigana que pretendeu criar uma exposição fotográfica (amostra exposta na sala da biblioteca) e de um vídeo que pode ser visionado através do site da CooLabora, para “dar voz às pessoas que normalmente só têm a voz das outras pessoas. Através de histórias individuais, pretende-se melhorar a história de um povo”. Acrescentou ainda que “a nossa dignidade é interdependente da dignidade dos outros”. Perguntou aos alunos presentes se sabiam o que era acordar de manhã e saber que a maior parte das pessoas nos detesta.

Mário Cardoso manifestou o seu apreço pelo Fundão porque “fazem tudo pela comunidade cigana”. E acrescentou que “a dignidade tem de ser verdadeira, honesta e sincera e engloba todas as etnias. Alcança-se a dignidade esforçando-nos e tentando chegar cada vez mais longe”.

Foi a vez de Indira, uma professora guineense a estagiar na nossa escola, falar e referiu que, na Guiné, existem mais de trinta etnias e que as mulheres lá sofrem muito, porque não têm as mesmas oportunidades que os homens.

Carlos Miguel, o secretário de estado presente na conferência começou por dizer que é cigano e contou vários episódios da sua vida sobre isso. Uma das histórias terminou com uma resposta de um agente da autoridade, dada há cerca de 50 anos: “Vocês são ciganos, matem-se uns aos outros .”
Declarou que “dignidade rima com liberdade, rima com igualdade, mas não rima com respeito e isso é muito importante”. E, mais à frente, “A comunidade cigana precisa mesmo de se sentir igual.”

A finalizar, Sílvia Ferreira leu um excerto de “Ciganos”, de Miguel Torga.

Em seguida, alunos, professores e convidados colocaram frases na árvore da dignidade tiraram uma fotografia de conjunto.

A sessão foi marcada ainda pela leitura feita por alunos de textos com histórias de dignidade.



Esta conferência, organizada pelas professoras Teresa Correia e Ana Brioso, fez toda a diferença para quem a ela assistiu!




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