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"Será a morte realmente um mal para quem morre? Na esteira de Epicuro e de Lucrécio, alguns filósofos negam que a morte seja má. Muitos outros, discordando dessa posição contrária ao senso comum, propõem explicações diversas do mal da morte. O desacordo filosófico estende-se à natureza da própria morte. Será que esta consiste no termo da existência de um organismo? Ou consistirá antes, por exemplo, na cessação da consciência?
Em Londres, no último quartel do século XVIII quatro pessoas muito diferentes encontram-se três vezes para discutir estas questões intrigantes. Fazem-no na casa de Lady Lucy. Além dela, dão corpo aos diálogos o arguto reverendo Royce, o professor Pohl, versado em ciências da natureza, e o jovem literato Pierre Perrier. Um gato observa-os o tempo todo. O pensamento dos grandes filósofos modernos — Descartes, Leibniz, Locke e Hume, entre outros — está muito presente nos diálogos. Estes, todavia, refletem também a discussão filosófica mais recente sobre a morte, que se tornou particularmente rica nas últimas décadas. O livro termina com uma secção de referências comentadas, um guia bibliográfico actual e criterioso.
Entre os temas que os interlocutores são levados a examinar, contam-se a existência da alma, a natureza das pessoas, a sua identidade ao longo do tempo, a importância dessa identidade, e os fundamentos do dever de não matar e do interesse pessoal esclarecido. Num registo bem-humorado mas rigoroso, realçado com ilustrações oportunas e esclarecedoras, este livro tira partido das potencialidades do diálogo filosófico sem cair nas suas armadilhas, proporcionando uma introdução única à filosofia da morte."
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