Nesta sessão da nossa iniciativa, Bibliotecas Humanas, os alunos do Ensino Secundário que estudam História ouviram de Fernanda Santiago muito mais do que um testemunho - ouviram História viva. Do salto para França à descolonização de Angola, passando por um campo de refugiados na África do Sul, Fernanda contou como viveu os grandes acontecimentos que os manuais escolares não conseguem explicar por inteiro. E os alunos escutaram, em silêncio, como só se escuta quem realmente sente...
Biblioteca Humana … com Fernanda Santiago
Na penumbra acolhedora da “Biblioteca Humana”, Fernanda Santiago ajeitou-se na cadeira,respirou fundo e começou a contar sua história. A sua voz tremia levemente, carregada pelo peso de uma vida marcada por partidas e recomeços. Os alunos, atentos, mergulhavam na sua história, sentindo cada emoção escondida nas pausas, nos sorrisos e nos suspiros.
Os seus olhos brilhavam com a intensidade de quem revive cada momento ao falar da partida para França a salto, guiada pelas mãos firmes da família. A promessa de uma vida melhor escondia a dureza da emigração, a saudade silenciosa de uma terra beirã deixada para trás.
Mas a vida reservava-lhe outros planos. Já adulta, Fernanda casou-se por procuração e partiu para Angola, onde o amor a esperava. Sonhava com um futuro ali, até que o 25 de Abril e a descolonização transformaram o sonho em medo.
A fuga tornou-se inevitável, pensando que ia ser breve. África do Sul foi o destino, mas não a salvação imediata. No campo de refugiados, viveu o impensável – a fome, a doença, a incerteza, a luta diária pela dignidade. Perdeu-se da família. Depois da sua curta e dura estadia na África do Sul, onde nasceram as suas filhas, símbolos de resistência e esperança, e onde, no meio da tempestade, acabaram por encontrar pessoas amigas, Fernanda e a família melhoraram a sua vida. Conseguiram reunir meios para voltar para Portugal, para a sua beira, onde também com muita dureza, reiniciaram o seu projeto de vida, que haveria de ser coroado de muito sucesso.
Ao fim do relato, o silêncio na sala era de pura emoção. Cada aluno ali não apenas ouviu a sua história, mas sentiu-a, ao ritmo da viragem de cada página, marcada pelas fotos projetadas.
Fernanda não era só uma sobrevivente – era uma prova viva de resistência, de esperança e do poder que uma história tem de nos unir.
[Texto e fotos: Prof:ª Ana Brioso]
Na penumbra acolhedora da “Biblioteca Humana”, Fernanda Santiago ajeitou-se na cadeira,respirou fundo e começou a contar sua história. A sua voz tremia levemente, carregada pelo peso de uma vida marcada por partidas e recomeços. Os alunos, atentos, mergulhavam na sua história, sentindo cada emoção escondida nas pausas, nos sorrisos e nos suspiros.
Os seus olhos brilhavam com a intensidade de quem revive cada momento ao falar da partida para França a salto, guiada pelas mãos firmes da família. A promessa de uma vida melhor escondia a dureza da emigração, a saudade silenciosa de uma terra beirã deixada para trás.
Mas a vida reservava-lhe outros planos. Já adulta, Fernanda casou-se por procuração e partiu para Angola, onde o amor a esperava. Sonhava com um futuro ali, até que o 25 de Abril e a descolonização transformaram o sonho em medo.
A fuga tornou-se inevitável, pensando que ia ser breve. África do Sul foi o destino, mas não a salvação imediata. No campo de refugiados, viveu o impensável – a fome, a doença, a incerteza, a luta diária pela dignidade. Perdeu-se da família. Depois da sua curta e dura estadia na África do Sul, onde nasceram as suas filhas, símbolos de resistência e esperança, e onde, no meio da tempestade, acabaram por encontrar pessoas amigas, Fernanda e a família melhoraram a sua vida. Conseguiram reunir meios para voltar para Portugal, para a sua beira, onde também com muita dureza, reiniciaram o seu projeto de vida, que haveria de ser coroado de muito sucesso.
Ao fim do relato, o silêncio na sala era de pura emoção. Cada aluno ali não apenas ouviu a sua história, mas sentiu-a, ao ritmo da viragem de cada página, marcada pelas fotos projetadas.
Fernanda não era só uma sobrevivente – era uma prova viva de resistência, de esperança e do poder que uma história tem de nos unir.
[Texto e fotos: Prof:ª Ana Brioso]
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