quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Conferência "A Solidão Não Tem Idade"


Decorreu hoje, no âmbito do projeto EnvelhoSer LivroMente, pelas 14h15, na biblioteca do Agrupamento de Escolas do Fundão, a conferência “A Solidão Não Tem Idade”. 

A apresentação da conferência foi habilmente feita pela aluna Joana Fernandes, do TAS18.
A conferência teve início com uma abordagem da solidão na juventude, pela psicóloga Micaela Nogueira. É importante perceber que a solidão existe em todas as idades e há que saber identificá-la e encontrar estratégias para a ultrapassar. Os jovens não devem isolar-se nem contribuir para o isolamento dos colegas. Devem, pelo contrário, estar atentos e ajudar quem se sinta só.

Depois de alguns alunos do TAS18, Cristiana Fernandes, Bárbara Alegria, Tiago Caria, Simão Pereira e Inês Lourenço lerem poemas sobre a solidão, foi colocada a questão à audiência, “se alguém já sentiu alguma vez solidão”. A aluna Bruna Baptista partilhou a sua opinião, referindo que a solidão pode surgir por diversos motivos, entre os quais o isolamento pessoal, o afastamento de amigos, o fim de uma relação amorosa, entre outros. Pode ser ultrapassada com a ajuda dos amigos e dos familiares.

Também alguns idosos partilharam sabiamente as suas experiências e opiniões. Falaram, por exemplo, da solidão deixada pela perda de entes queridos, da nova família que encontraram na “nova casa” (o lar) que os acolheu e onde fizeram novas amizades e encontraram uma forma de atenuar a solidão. Questionaram a existência da solidão, referindo que podemos estar sós e não sentir solidão, porque, no dia a dia, em cada rotina, pode haver convívio e também porque, podemos estar sós e sermos felizes assim, sem que tenhamos forçosamente de sentir a solidão.



Seguidamente, passou-se à abordagem da temática da solidão na terceira idade.
Como representantes do Município e Comissão Municipal de Proteção à Pessoa Idosa do Fundão, estiveram a psicóloga Magda Crisóstomo e a assistente social Elsa Pombo, que nos falaram do trabalho desenvolvido por esta Comissão, como surgiu e o trabalho que desenvolve no acompanhamento aos idosos e familiares do Concelho do Fundão. Falaram do tipo de sinalizações feitas à Comissão, do número de pessoas sinalizadas e de todo o trabalho desenvolvido com os idosos e com as famílias de forma a ultrapassar situações de risco.

A abordagem seguinte da temática foi feita pela técnica Helena Brito, responsável do Centro Comunitário das Minas da Panasqueira, da Santa Casa da Misericórdia do Fundão. Falou da importância da assistência domiciliária que desenvolvem, partilhando experiências, das atividades em que procuram envolver idosos que vivem em zonas mais isoladas e apresentou um projeto em que a Santa Casa da Misericórdia se está a envolver precisamente no combate à solidão de pessoas que vivem mais isoladas.

Do Destacamento Territorial da GNR do Fundão, esteve presente o Cabo Bruno Moreira, que partilhou o trabalho desenvolvido no sentido de minorar a solidão sentida pelos idosos que vivem mais isolados dos centros populacionais mais ativos, através de contactos frequentes com os idosos, quer presenciais quer telefónicos, a colaboração com outras entidades que prestam apoio à 3ª idade,
bem como na sensibilização que fazem junto dos idosos na prevenção de burlas, com o intuito de interagir com a população mais vulnerável, transmitindo-lhe conselhos de segurança.

Para finalizar, e antes de um lanchinho, foi projetado um pequeno filme sobre a temática abordada, que termina com sugestões para ultrapassar a solidão.
Os alunos do TAS18 fizeram, com a colaboração da diretora de turma, professora Alda Fidalgo, uns miminhos, para oferecer aos idosos, uma caixa-flor, com uns versos e um vaso com sementes de amores perfeitos para serem cuidados e fazerem companhia no combate à solidão.



Para além dos conferencistas, agradecemos muito aos utentes e técnicos dos lares parceiros – Centro Paroquial de Bem-Estar Social de Valverde, Lar Nossa Senhora de Fátima do Fundão e Lar da Santa Casa da Misericórdia do Fundão e aos nossos alunos das turmas TAS18, TAS19 e APS19 e professores que os acompanharam. Um convívio intergeracional, de aprendizagem mútua e de partilha de experiências e conhecimento.



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Conferência A Solidão não Tem Idade

É já na próxima quinta-feira, dia 20 de fevereiro, pelas 14h15, que decorrerá, na biblioteca do AEF, uma conferência no âmbito do projeto EnvelhoSer LivroMente, à qual assistirão as turmas TAS18, TAS19 e APS19. Um tema atual e que não deixará ninguém indiferente! Agradecemos desde já a todos os conferencistas!


CNL - fase municipal

Queremos congratular todos os alunos do nosso Agrupamento que participaram na fase municipal do Concurso Nacional de Leitura, em especial os vencedores, que passaram à fase intermunicipal! Boa sorte e boas leituras!









sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

CNL - fase de escola

Os alunos vencedores da fase de escola do Concurso Nacional de Leitura tiveram direito a uma lembrança! Parabéns! Mereceram! E, agora, resta-nos desejar boas leituras e boa sorte para a fase municipal! Leiam os livros com toda a atenção!














terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Nuno Camarneiro

É já no dia 5 de março que teremos o prazer da visita do escritor Nuno Camarneiro na biblioteca do Agrupamento de Escolas do Fundão, onde já está a decorrer uma feira do livro do escritor. 

Agradecemos a oportunidade à D. Helena Baptista da Leya.

Comprem um livro e peçam uma dedicatória ao escritor!














quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Sugestão de Leitura - A Pirata

Sugerimos a leitura, para o 3º ciclo, do livro...

A Pirata, Luísa Costa Gomes




Luísa Costa Gomes dá-te a conhecer Mary Read, uma das poucas mulheres-pirata de que há memória. Nascida em Inglaterra nos finais do séc. XVII, viu o seu destino traçado, com o falecimento do seu meio-irmão, a quem veio substituir. Criada como rapaz, foi soldado na Flandres, ao serviço da Rainha Ana, e acabou por ser capturada na Jamaica integrando a tripulação de uma nau pirata.  Condenada à morte, conseguiu contudo escapar… Queres saber como?

Desafiamos-te a ler A Pirata, a biografia ficcionada de uma mulher muito à frente do seu tempo.

Sugestão de Leitura - A Mãe

Sugerimos, para o ensino secundário a leitura de...

A Mãe – Pearl S. Buck


Neste livro ninguém tem nome, Pearl Buck trata a todos pelos parentescos que os unem à Mãe, a personagem central desta narrativa. No entanto, em vez de nos sentirmos distantes destas pessoas de quem não conhecemos o nome, sentimos, pelo contrário uma grande proximidade porque eles podem ser quem nós quisermos que sejam.
Vem conhecer esta Mãe que apesar de ser uma camponesa na China profunda, poderia ser qualquer mulher, de qualquer lugar pois tem uma história igual à de tantas outras mulheres do mundo.


Sugestão de Leitura - A Casa das Bengalas


Sugerimos, para o 1º e 2º ciclos a leitura de...

A Casa das Bengalas, António Mota


O avô Henrique fica viúvo e tem de abandonar a aldeia de Torna-Ó-Rego para viver na companhia da família, no Porto. O avô não consegue, porém, adaptar-se à vida citadina. A única alternativa passa por mudar-se para um lar de idosos.
Em A Casa das Bengalas, António Mota, conta-nos uma história comovente, tão real quanto atual, de um avô a braços com a solidão, de uma família que se debate com a falta de tempo para o avô e de um neto - sempre pronto a satisfazer as suas pequenas vontades - pelo prazer de escutar os seus ensinamentos.

Porque ler é saber... e é um prazer!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

CNL - fase de escola


Decorreu ontem a fase de escola do Concurso Nacional de Leitura de 2019/20 do nosso agrupamento. Agradecemos a todos os alunos que participaram e felicitamos os vencedores, que passam à segunda fase – fase municipal.













sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Sugestão de Leitura - Pão-de-Açúcar, Afonso Reis Cabral


Na biblioteca da escola tens o livro Pão-de-Açúcar, de Afonso Reis Cabral. 

Sugerimos a sua leitura para o ensino secundário.

Não deixes de ler!!!

Cabral, Afonso Reis (2018). Pão de Açúcar. Alfragide: Publicações Dom Quixote.


   Pão de Açúcar é um livro escrito por Afonso Reis Cabral, que venceu o prémio Leya 2014 com o romance O Meu Irmão. É um livro que junta factos verídicos com ficção, por forma a tornar o enredo numa narrativa verosímil. A ideia de escrever um livro a partir do caso de Gisberto ou Gisberta, uma transexual brasileira que apareceu, em 2006 morta no fundo de um poço, num edifício abandonado, resultante de um projeto falhado para um Pão de Açúcar.
     É uma história contada na primeira pessoa, um rapaz, o Rafa, que vai desfiando o fio à narrativa.
  Intercala o calão, que surge contextualizado e adequado, com alguma poeticidade, numa escrita fluente e intensa, que resulta também da riqueza e complexidade interior que as personagens revelam.
    A história é sobre o dia-a-dia de três rapazes adolescentes, que viviam num internato: Rafa, com uma vida difícil, pouca escolaridade e interessado em mecânica; Nelson, um jovem muito bruto e conflituoso e Samuel, com uma grande sensibilidade, mas antissocial. Rafa começa a interessar-se por Gis, uma toxicodependente, com sida e transexual, que vive no edifício abandonado e que vai definhando, com fome, à espera que a morte a leve. Rafa deixa a sua bicicleta ou projeto de bicicleta no edifício mencionado e vai lá arranjá-la e vigiá-la todos os dias. É assim que conhece Gis. Sente uma atração/repulsa que o leva a fazer-lhe e levar-lhe comida. Acaba por revelar este seu segredo aos amigos, levando-os com ele para a conhecerem. A partir do momento em que o segredo de Gis é desvendado, passa a ser insultada, tratada como “traveca” ou “paneleiro com mamas”, chegando a ser espancada, numa sociedade que não aceita a diferença e não sabe conviver com ela, que passa por ela alheia, sem se deter, sem questionar, sem intervir. Gis era um dos tantos esquecidos de que vários escritores falam. Manuel da Fonseca falava no seu conto “O Largo” dos marginalizados pela sociedade, a quem ninguém dava credibilidade; Luísa Ducla Soares, no seu conto “O Mundo é dos Jovens” fala mesmo dos esquecidos, aqueles de que não se fala e que é mais fácil ignorar.
   Este é um livro que nos faz, sobretudo, refletir sobre a nossa responsabilidade, enquanto cidadãos, perante estas situações para nos fazer questionar os padrões da educação e as questões culturais.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Andamos na Lua... há 50 anos! - Textos Modalidade 3






 MODALIDADE 3 - ESCALÃO A (PRÉ-ESCOLAR E 1º CICLO)

(…) olhou para  céu e bocejou um desses bocejos do tamanho de uma casa, escancarando muito a bocarra que era considerada uma das mais competitivas da zona oriental. E aconteceu aquilo da Lua.
Deslocou-se um bocadinho, assim como quem se desequilibrou, entrou a descer devagar, ressaltou numa ponta de nuvem, que por ali pairava feita parva, e foi enfiar-se inteirinha na boca do Andrade, que só fez “gulp” e esbugalhou muito os olhos.
No sítio da Lua, lá no astro, ficou um vinco esbranquiçado como dobra em papel de seda, que logo se apagou, e o céu tornou-se bem liso e escorreito. O Beco ficou um tudo-nada mais escuro e um gato passou a correr, pardo, da cor dos outros.
(…)
Seguiu-se o alvoroço costumeiro sempre que havia novidade. Ia um corrupio de pessoal na rua a falar alto e um ror de gente em casa do Andrade, que estava sentado numa cadeira, pernas muito afastadas, pedindo muita água e queixando-se de que sentia a barriga um bocado pesada.
(…)
In Carvalho, Mário de; Pratt, Pierre (2015); O homem que engoliu a Lua; Porto; Porto Editora.



MODALIDADE 3 - ESCALÃO B (2º E 3º CICLOS)

Decorria o ano de 186, quando todo o mundo se emocionou de forma singular por uma experiência científica sem precedentes nos anais da ciência. Os membros do Gun Club, círculo de artilheiros fundado em Baltimore depois da guerra da América, tiveram a ideia de comunicar com a Lua, enviando-lhe uma bala de canhão.
(…)
 A forma da bala foi alterada, apresentando-se então cilindrocónica. Esta espécie de vagão aéreo foi guarnecido de poderosas molas e de tabiques facilmente destrutíveis, capazes de amortecer o efeito de repercussão à partida. Abasteceram-no de víveres para um ano, de água para alguns meses, de gás para alguns dias. Um aparelho automático fabricava e fornecia o ar necessário à respiração dos três passageiros. Simultaneamente, o Gun Club mandou construir, num dos cumes mais altos das montanhas Rochosas, um gigantesco telescópio que permitia acompanhar o projétil no seu trajeto através do espaço. Estava tudo a postos.
A 30 de novembro, à hora combinada, entre uma extraordinária multidão de espetadores, foi dado o sinal de partida e, pela primeira vez, três humanos, abandonando o globo terrestre, elevaram-se no espaço interplanetário, praticamente certos de alcançar o seu objetivo.
(…)
Mas circunstância inesperada, a detonação produzida pelo Columbiad teve por efeito imediato perturbar a atmosfera terrestre, por acumulação de uma enorme quantidade de vapores. Este fenómeno provocou uma indignação generalizada, pois subtraiu a Lua, durante várias noites, aos olhares dos interessados.
(…)
Mas, finalmente, para satisfação de todos, uma forte tempestade limpou a atmosfera, na noite de 11 para 12, e a Lua, meio iluminada, recortou-se no fundo negro do céu.
(…)
In Verne, Júlio; À Volta da Lua (1870); Biblioteca Júlio Verne; Círculo de Leitores.



MODALIDADE 3 - ESCALÃO C - (SECUNDÁRIO)

O Tombo da Lua
Uma ocasião, quando desapareceu a Lua, eu estava lá e sei contar tudo. Não me lembro da idade que então tinha e já na altura me não lembrava. Certo é que a noite estava muito quente e repassada de azul, assim de tinta — sói dizer-se — e a Lua tinha-se quieta, redonda e branca, brilhante como lhe competia. Pro­vavelmente, o Zé Metade cantava o fado, postado à soleira da porta, enquanto acabava um saquitel de tremoços. O Zé Metade é assim chamado desde que lhe aconteceu aquela infelicidade: quis separar o Manecas Canteiro do Mota Cavaleiro quando eles se envolveram ã facada na Esquina dos Eléctricos, por causa de uma questão, segundo uns política, segundo outros de saias. Ambos usavam grandes navalhas sevilhanas e o Zé caiu-lhes mesmo a meio dos vol­teios. Ali ficou cortado em dois, sem conserto, busto para um lado, o resto para outro. Daí para diante ficou conhecido por Zé Metade, arrasta-se num cai­xote de madeira com rodinhas e deu-lhe para cantar todas as noites um fado melancólico e muito sentido: Ai a profunda desgraça/ Em que me viste ó'nha mãiiii...
Pois nesta altura, com tudo assim quieto e a fazer olho para dormir, que o Andrade da Mula se chegou à janela e disse: «lá a calari...» e depois remirou em volta a ver se alguém lhe ligava, o que não aconteceu.
Após, olhou para o céu e bocejou um destes boce­jos do tamanho duma casa, escancarando muito a bocarra que era considerada uma das mais compe­titivas da zona oriental. E então aconteceu aquilo da Lua.
Deslocou-se um bocadinho, assim como quem se desequilibrou, entrou a descer devagar, ressaltou numa ponta de nuvem que por ali pairava feita parva, e foi enfiar-se inteirinha na boca do Andrade que só fez «gulp» e esbugalhou os olhos muito. No sítio da Lua, lá no astro, ficou um vinco esbran­quiçado como dobra em papel de seda que logo se apagou e o céu tornou-se bem liso e escorreito. O Beco ficou um tudo-nada mais escuro e um gato passou a correr, pardo, da cor dos outros.
Diz o Zé Metade, no fim duma estrofe:
— Ina cum caraças!
Vai o Andrade lá de cima e atira o maior arroto que jamais se ouviu naquele Beco.
Era o Zé Metade a berrar para dentro: «'nha mãe. venha cá, senhora, co Andrade engoliu a Lua!» e o Andrade a olhar para nós, limpando a boca com as costas da mão, um ar azamboado.
Seguiu-se o alvoroço costumeiro sempre que havia novidade. Ia um corrupio de pessoal na rua a falar alto e um ror de gente em casa do Andrade que estava sentado numa cadeira, pernas muito afastadas, pedindo muita água e queixando-se de que sentia a barriga um bocado pesada.
— Ele não teve culpa, tadinho, que ela é que se lhe veio enfiar pela boca dentro — comentava a mulher do Andrade, torcendo a ponta do avental.
— Mas se foi ele que a desafiou... — gritava a mãe do Zé dando punhadas de uma mão na palma da outra.
— Pôr-se ali na janela aos bocejos, olha a farronca! Agora vem esta a querer baralhar género humano com Manuel Germano. O meu Zé viu tudo, óvistes?
Não tardou, estava o presidente da Junta, muito hirto, no seu casaco de pijama com flores.
— Isto o meu amigo o que fazia melhor era regur­gitar a Lua, ou o Beco ainda fica malvisto — obser­vou com gravidade e voz de papo.
E o Andrade, moita, ali embasbacado, com os olhos no vago.
Deram-lhe azeite para o homem vomitar, mas nada. Limitou-se a produzir uns sons equívocos e a esboçar um ar de enjoada repugnância.
— O pior é que se ela sai pelo outro lado nos parte a sanita nova — abespinhava-se a filha do Andrade, toda de mão na anca. — Que coisa mais escanifobética...
— É levarem-no já para o hospital — gritava o Zé Metade da rua, ansioso por se ver acompanhado na sua desgraça de vítima do escalpelo cirúrgico.
Mas o presidente da Junta considerou: Então e depois a Lua onde é que punham? Quem lhes garantia que ela voltava ao sítio? E se os médicos quisessem ficar com ela lá no hospital e a prantassem dentro dum frasco com álcool? Que é que aquela gente ganhava com isso? Há? E em faltando a Lua, quais eram os inconvenientes? Hã?
— Acabam-se as marés — disse o Paulinho Marujo.
Coisa de pouca monta — afirmou uma mulher. — As marés nunca deram de comer a ninguém. E quanto à luz, depois da electricidade…
— Então como é que o amigo se sente? — perguntava o presidente ao Andrade.
— Menos mal, muito obrigado. Vai um pedaci­nho melhor...
— Então ficamos antes assim — recomendou o presidente. — Vossemecê agora toma um bicarbonatozinho, um leitinho, e ala para a cama que ama­nhã é dia de trabalho. E vocês todos, andor, para casa, em ordem, e não se pensa mais em tal seme­lhante!
E assim foram fazendo, aos poucos e poucos.
No dia seguinte, a Humanidade toda estranhou muito o desaparecimento da Lua e deu-se a grandes especulações.
Era com algum orgulho que a população do Beco via passar o Andrade. Sempre gaiteiro, apenas um pouco mais gordo.

Mário de Carvalho, Casos do Beco das Sardinheiras, Editorial Caminho


domingo, 8 de dezembro de 2019

ANDAMOS NA LUA...HÁ 50 ANOS

No ano em que se comemoram os 50 anos da chegada do Homem à Lua, o Agrupamento de Escolas do Fundão (AEF) não pode deixar de assinalar o facto que mudou para sempre a visão que o Homem tinha dos “mundos” que o rodeiam.
Por isso mesmo, lançamos um desafio em forma de concurso.
Participem! As inscrições são até dia 17 de janeiro de 2020.

Os prémios são aliciantes!

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