quinta-feira, 2 de maio de 2019

“Vemos, ouvimos e lemos/Não podemos ignorar”



As palavras de Sophia de Mello Breyner não perderam sentido num tempo em que parecemos todos mais virados para nós, alheios ao sofrimento do mundo.
As imagens que nos chegam de Moçambique, desde o furacão Idai, fazem-nos pensar na nossa fragilidade face aos elementos, mas também refletem as consequências de uma pobreza que parece atrair cataclismos e torna os pobres ainda mais pobres, os fracos ainda mais frágeis.
O que nos une a Moçambique é não só uma História comum com mais de 500 anos, mas também muitas estórias que se constroem à volta de uma língua, a língua portuguesa, que nas suas diferenças surge enriquecida pela diversidade. Mas acima de tudo o que nos une é uma vontade de reencontro nos olhos tristes das crianças que secam os seus livros para voltar à escola, nos rostos cansados das mulheres que carregam os filhos às costas ao mesmo tempo que procuram materiais que lhes permitam construir as suas casas, no esforço dos homens que enfrentam a perda e, ainda assim, lutam para ajudar os vizinhos, os amigos, a família a enfrentar as águas avassaladoras que parecem querer engolir tudo.
É por termos em nós esta vontade de não sermos indiferentes que queremos ajudar o povo moçambicano da Beira a recuperar as suas vidas. Não podemos salvar todos, mas se ajudarmos uma criança a voltar à escola, uma mulher a reconstruir a sua casa, um homem a recuperar o seu sustento, o nosso esforço já terá valido a pena.
Vamos todos Ser Solidários com Moçambique! No dia 10 de maio, vamos unir-nos pela música e pela palavra. Vamos todos ser mais pessoas.

Teresa Correia

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